Pódio de atrações na capital japonesa

Legado dos Jogos Olímpicos diversifica e amplia roteiro de passeios em Tóquio

Por Da Redação com Estadão Conteúdo

O barco de formas futuristas Hotaluna leva até a região do Templo Sensoji, mais antigo santuário budista da capital do Japão. Tóquio permite essa rápida viagem entre o ontem e o amanhã, como mostraram imagens da cidade durante a Olimpíada 2020, que terminou há pouco mais de uma semana. A pandemia impediu as viagens até lá. Mas a competição projetou o país em telas de todo o mundo, inspirando roteiros turísticos por vir.

Sede dos Jogos Olímpicos pela segunda vez -- a outra foi em 1964 --, Tóquio se preparou para recepcionar os viajantes. Ainda em 2019, ano ao longo do qual o Japão recebeu 31,8 milhões de visitantes, atrações começaram a surgir na cidade. Contando com a promoção decorrente do evento esportivo realizado no país, a Japan National Tourism Organization (JNTO), responsável pela divulgação do destino, havia estabelecido como meta para 2030 receber 60 milhões de estrangeiros.

Eles terão muito o que ver e fazer na capital, de novidades a experiências que remetem à cultura japonesa. Por exemplo, aprender a fazer sushi ou desenhar no vidro colorido usando a técnica Edo kiriko, da época em que Tóquio ainda se chamava Edo, mesmo nome do castelo erguido naquele território em 1457. Pouco mais de 400 anos depois, foi rebatizada e virou a capital do Japão, no lugar de Kyoto, em 1868.

A Olimpíada marca mais uma era de renovação, entre tantas da história japonesa, deixando um legado de novas atrações, acessibilidade em instalações turísticas e recém-abertos hotéis internacionais. Saiba o que pode valer numa próxima viagem a Tóquio:

Museu interativo

É a chance de ser um raio como o jamaicano Usain Bolt e fazer sua pose apontando o céu no fim da corrida. O Japan Olympic Museum (Museu Olímpico do Japão) tem atividades interativas para o visitante experimentar algumas modalidades, além de aprender sobre a filosofia e a história da Olimpíada, desde a criação na Grécia. Logo na entrada, um telão mostra momentos emocionantes das competições e uma área infantil propõe brincadeiras relacionadas aos Jogos.

Com monumentos, o jardim exibe os anéis olímpicos e esculturas (entre elas, uma da pira dos Jogos de Tóquio de 1964). O público não ficou ausente apenas na maior parte das arenas de competição. O museu também esteve fechado e retomou o funcionamento em 10 de agosto. Entrada: 500 ienes (cerca de R$ 25)

Estádio e arenas de skate

Após a visita ao novo museu, fãs dos Jogos podem conferir o Tokyo Olympic Stadium, localizado em frente. Projetado pelo renomado Kengo Kuma, arquiteto à frente do prédio da Japan House São Paulo, o estádio é a principal instalação da Tokyo 2020.

Com atenção à acessibilidade, o design contemporâneo homenageia a tradição da arquitetura japonesa do uso de beirais -- a fachada traz esses elementos sobrepostos em camadas. Simbolicamente, a madeira foi retirada de todas as 47 províncias do país. Ali foram realizadas as cerimônias de abertura e de encerramento dos Jogos e provas de atletismo, rúgbi e futebol; após a Olimpíada, haverá partidas destes dois últimos esportes.

Nossos medalhistas no skate podem despertar nos viajantes brasileiros o interesse por visitar outra entre as instalações olímpicas: o Ariake Urban Sports Park. Fica no distrito que batiza o parque urbano, perto da Vila dos Atletas.

Shibuya Scramble

Se a ideia é ver Tóquio do alto, a região central da cidade ganhou o Shibuya Scramble Square, no fim de 2019. Já entrou na lista de atrativos imperdíveis na cidade, graças ao visual. O arranha-céu, de 230 metros, mostra a visão do alto daquele famoso cruzamento de Tóquio, em que um monte de gente atravessa a rua simultaneamente. O lugar também promete panorâmicas do horizonte com a torre Tokyo Skytree e, quando o tempo está limpo, até com o Monte Fuji.

Nos 47 andares, há escritórios (do 17º aos 45º piso), 213 lojas e o deque de observação Shibuya Sky. O espaço na cobertura oferece redes para o visitante se deitar e relaxar no topo da mais frenética área da cidade. Entrada: 1,8 mil ienes pela internet (cerca de R$ 85); na bilheteria, custa 200 ienes a mais (R$ 9,50).

Parque suspenso

A estrutura, inaugurada em 1930 e redesenhada para os Jogos de 1964, foi repaginada agora. Virou um parque urbano em cima de um prédio do bairro comercial de Shibuya. Abriga o shopping Rayard Miyashita Park, com três andares de várias lojas. No terraço, tem skatepark, parede de escalada, quadra de areia, área poliesportiva, café e muito espaço verde para relaxar. O complexo é dividido em dois blocos -- na parte norte, foi inaugurado um hotel.

Tóquio combina técnicas milenares com tecnologia de ponta

Nem um jardim botânico escapou da tecnologia em Tóquio. Dentro de uma estufa de 1,5 mil metros quadrados, o Hana Biyori tem cerca de 300 cestos de flores suspensos. Fica ao lado do parque de diversões Yomiuriland e é a primeira instalação permanente no Japão que junta flores vivas com projeções. Por meio de recursos tecnológicos, as reações do público ao show influenciam no resultado final. Entrada: 1,2 mil ienes (R$ 57).

Hotéis de luxo

Foi o Miyashita Park Sequence Hotel que abriu numa das pontas do parque urbano em Shibuya. No ano passado, de olho nos turistas que chegariam para a Olimpíada 2020 e na repercussão que um evento desse porte tem, várias redes hoteleiras aportaram por lá. O grupo Intercontinental abriu seu primeiro Kimpton no Japão, o Shinjuku. Já a Marriott inaugurou o moderno Aloft Ginza e o luxuoso Tokyo Toranomon; este último é da sua marca boutique Edition, que acrescenta o Tokyo Ginza à lista de propriedades na Ásia, no segundo semestre de 2021.

A rede Four Seasons partiu para a segunda unidade na capital e terceira do país, com o Tokyo at Otemachi. Com terraços de vistas panorâmicas, o novo hotel investe em experiências gastronômicas, preparadas pela equipe do chef executivo Marco Riva, incluindo uma releitura do chá da tarde.

Museu do Snoopy

É a única filial no mundo do Museu Charles M. Schulz na Califórnia, nos Estados Unidos. Snoopy, Charlie Brown e a trupe de Peanuts ganharam a casa nova, bem maior, em dezembro de 2019. Três anos antes, o Snoopy Museum chegou ao bairro de Roppongi, onde permaneceu até 2018. O novo edifício de quatro andares, na área do Minami-Machida Grandberry Park, leva os visitantes a uma imersão no mundo dos quadrinhos traduzidos para 25 idiomas, caso da sala dedicada ao personagem que dá nome ao museu com um Snoopy de oito metros de comprimento.

O museu possui uma sala dedicada a workshops, por exemplo, de sacolas customizadas e velas no formato do cachorrinho. A estrutura inclui ainda o Peanuts Cafe e a Brown’s Store, com pelúcias dos personagens. Adultos e crianças podem fazer fotos no museu e no parque, usando um app disponível para download. Entrada: 1,8 mil ienes pela internet (cerca de R$ 85); na bilheteria, custa 200 ienes a mais (R$ 9,50).

Workshop de sushi

Fazer sushi exige muita habilidade, mas fãs de restaurantes japoneses podem curtir a experiência de uma hora e meia. Na aula da Tokyo Sushi Academy, os primeiros 10 minutos são usados para aprender a preparar o arroz. Depois, ingredientes e mão nos peixes. No encerramento, os participantes provam as delícias produzidas na classe. Preço: 8,8 mil ienes (cerca de R$ 420).

Vidro do período Edo

Na técnica Edo Kiriko, padrões geométricos e formas de folhas e flores enfeitam peças de vidro colorido, como vasos e pratos. Dá para experimentar fazer um copo usando esse método, surgido no período Edo, no século 17. Durante a experiência de uma hora e meia, o participante aprende como manusear a máquina e a desenhar no vidro. Preço: 4 mil ienes (cerca de R$ 190).

Aula de wadaiko

E que tal fazer em Tóquio uma aula de uma hora de wadaiko, o toque japonês de tambor? O instrumento faz parte da cultura do país, em manifestações artísticas e religiosas. Com duas unidades na capital, o Taiko Center tem um estúdio em Asakusa perto do Templo Sensoji, que oferece classes em grupo. Preço: a partir de 7,5 mil ienes (cerca de R$ 355); em grupo, desde 6 mil ienes (R$ 285). (Da Redação, com Estadão Conteúdo)