Conheça a cultura indígena em passeios virtuais

Por Cruzeiro do Sul

Aldeia Tekoa Itakupe pode ser visitada pela internet.

Lançado em 19 de abril (Dia do Índio) deste ano, o projeto Aldeia360 funciona como uma visita virtual de museu, na qual o visitante descobre conteúdos conforme clica em diferentes direções. Um mapa apoia a experiência gratuita. Como o nome entrega, ela traz a visão 360 graus da Tekoa Itakupe, aldeia do povo Guarani Mbya, na região do Pico do Jaraguá, na capital paulista. Uma realização da Claque Produções, em parceria com a Triarts New Media e o artista Dinas Miguel, a imersão online foi possível pelo Prêmio Aldir Blanc de Apoio à Cultura na Cidade de São Paulo, em edital da Secretaria Municipal de Cultura. O projeto prevê continuidade e expansão para outras aldeias.

Na plataforma de streaming Tamanduá, é possível assistir a nove produções que tratam de etnias de todo o Brasil, entre elas, Piripkura que conta a história de dois índios nômades desse povo, que vivem cercados por fazendas e madeireiros.

Aldeia paulistana

Acostumada a levar turmas de alunos a incursões de turismo pedagógico em São Paulo, ao longo dos últimos 20 anos, a Terra Nativa Ecoturismo criou um meio de transportar a vivência em campo para a tela. A operadora criou uma expedição virtual à Tenondé Porã, terra Guarani no extremo sul da capital paulista. Assim como nos programas criados pela mesma empresa sobre a Ilha do Cardoso e a história do café, a previsão é continuar com as expedições virtuais depois da pandemia para que o viajante já vá ao lugar com algum conhecimento prévio e possa aprofundá-lo presencialmente. Conheça o projeto em https://www.terranativa.com.br/

Música indígena

O contato online com as comunidades indígenas do Brasil pode seguir também pelas expressões de sua cultura. De hoje a 23 de maio, às 20h, o Nhandereko -- Festival de Música Indígena de São Paulo -- ecoa cantos de cinco aldeias Guarani no Estado. A transmissão será pelo YouTube do músico e produtor Emerson Boy, que há 17 anos pensava em realizar o projeto, possível agora pela Lei Aldir Blanc (https://www.youtube.com/watch? v=7G20qRV0eT8& feature=emb_title)

Ainda sobre música indígena, o Sesc Digital promove um bate-papo sobre a conexão entre tradição e contemporaneidade. Em 29 de maio, das 16h às 17h30, no YouTube e no Facebook do Sesc 24 de maio, esse é o tema do encontro entre Renata Tupinambá (uma das fundadoras da Rádio Yandê) e Magda Pucci (diretora musical e criadora do grupo Mawaca, que pesquisa músicas de povos de várias partes do mundo, incluindo indígenas do Brasil).

Pajés e artesãos

O cinegrafista e fotógrafo indígena Paulo Desana acredita que todas essas maneiras de interação ajudam as pessoas a perceber a cultura dos povos indígenas. Em busca de representar a força dos antepassados que pinturas corporais e artefatos como cestos carregam, o artista usou tinta néon para capturar as imagens da série Pamürimasa (Os Espíritos da Transformação), na qual fotografa pajés e artesãos do Alto Rio Negro. O projeto está na exposição coletiva Desmanche, em cartaz no site do Centro Cultural Vale Maranhão, com 11 artistas brasileiros no total. (Da Redação, com Estadão Conteúdo)