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Saúde

Pets não merecem ter problemas bucais

07 de Março de 2020 às 00:01

Pets não merecem ter problemas bucais

Tutores devem escovar regularmente os dentes do cão e levá-lo a consultas periódicas com veterinário. Crédito da foto: Divulgação

Os problemas bucais não são, infelizmente, uma exclusividade dos seres humanos. Os pets também estão suscetíveis a desenvolver doenças como a gengivite, o tártaro e muitas outras. Uma das principais consequências disso é a ocorrência da temida dor de dente em cães, um sintoma bastante desconfortável e que pode prejudicar o dia a dia do animal.

Para compreender melhor a origem dessa dor, é preciso falar sobre as doenças bucais mais prevalentes entre os cães. Além disso, conhecer os sintomas que podem indicar que o pet está com algum desconforto bucal é algo extremamente importante para que os tutores saibam quando devem intervir.

Importante é conhecer as causas, sintomas e, claro, maneiras de tratar e prevenir as doenças bucais em cães, fazendo com que eles não sintam dor e tenham a sua qualidade de vida prejudicada.

Dor de dente

A dor de dente em cães é, na realidade, um incômodo que acomete estruturas muito mais internas do que aquelas que vemos ao abrir a boca do animal. Os dentes são estruturas utilizadas para partir e mastigar alimentos e que têm, em seu interior, partes como a polpa, a raiz e os nervos. São elas que causam a sensação de desconforto no animal. Por isso, para que um dente passe a doer, é necessário que haja uma exposição dessas estruturas internas e que se perca, portanto, a proteção do dente propriamente dito. Assim, podemos dizer que a dor em cães é bem parecida com a nossa e que tem, portanto, causas semelhantes.

Doenças periodontais são as principais causas desse desconforto. No entanto, traumas também podem levar a essa dor, já que há a quebra da superfície dentária e, consequentemente, da proteção. Além disso, por vezes, o crescimento errado dos dentes também pode causar problemas.

Apesar de sentirem muita dor, é muito comum que os cães que estejam passando por infecções dentárias e outros problemas na região não demonstrem esse fato aos seus tutores. Esse tipo de comportamento é muito comum aos animais, que não gostam de mostrar esse tipo de vulnerabilidade.

No entanto, alguns sinais podem dar indicativos de que o pet está sofrendo com dores de dente. Confira alguns deles: vermelhidão na gengiva, presença de placas ou furos nos dentes, diminuição do apetite, emagrecimento, recusa a se alimentar de comidas muito duras, parecer que está tentando tirar algo da boca com a pata, mau hálito, inchaço nas bochechas, sangue nos alimentos ou nos brinquedos, mastigar apenas de um lado da boca, saliva mais grossa (por vezes com a presença de sangue) e relutância com carinhos próximos à boca.

Caso o tutor note um ou mais desses sinais, não deixe de levar o seu pet ao veterinário. Ele poderá identificar se a causa para esses comportamentos é, de fato, um problema dentário ou algo diferente.

Doenças bucais

As principais doenças bucais que acometem os pets são:

Fratura dos dentes - A quebra dos dentes dos cães pode fazer com que as estruturas internas sejam expostas, contribuindo para o aumento das chances de infecções e muita dor.

Gengivite - A gengivite é a inflamação da gengiva, causada principalmente pelo acúmulo da placa bacteriana na região de junção entre os dentes e a gengiva. Seu principal sintoma é a vermelhidão excessiva na área e, quando não tratada, pode evoluir para a periodontite.

Periodontite - É o acumulo da placa bacteriana na superfície dos dentes. Pode acometer animais desde adultos jovens a mais idosos, para tratá-la deve se realizar limpeza bucal completa com sedação do animal.

A primeira dica para evitar esse tipo de problema é, sem dúvidas, escovar o dente do pet e investir em consultas periódicas com um veterinário, para que ele explique como realizar essa escovação e como prevenir de outras maneiras a doença periodontal.

A escovação dos dentes do pet, deve ser feita pelo menos três vezes por semana com o uso de produtos específicos para os cães.

Outra dica dada pela médica veterinária Livia Romeiro, do Vet Quality Centro Veterinário 24h, é comprar ossinhos e petiscos que tenham como objetivo a limpeza dos dentes. Embora não sejam tão eficientes quanto a escovação, são uma boa alternativa para quem não consegue fazer a escovação ou para cães que não permitem esse tipo de manipulação frequentemente.

Quais são os tratamentos para a dor de dente em cachorro?

Em primeiro lugar, há o tratamento medicamentoso, que envolve o uso de analgésicos, antibióticos e anti-inflamatórios e que são recomendados por um odontologista veterinário.

Na maioria das vezes, o tratamento envolve uma limpeza de tártaro em cães, ou seja, a raspagem dos dentes para remover a placa bacteriana e posterior polimento.Esse procedimento é bastante seguro, mas só pode ser feito com o animal anestesiado e mediante exames pré cirúrgicos comprovando a boa saúde do animal. Em outros casos, a extração é a única solução para o problema. Isso acontece quando o dente está muito deteriorado e a remoção do tártaro não é mais eficaz. Apesar de ser o último recurso, os cães podem viver bem sem os dentes e se adaptarem à nova rotina sem maiores problemas.

Brinquedos e petiscos inadequados podem provocar fraturas dentárias

Pets não merecem ter problemas bucais

Ossinhos e petiscos devem ser criteriosamente escolhidos, porque podem afetar a saúde dos pets. Crédito da foto: Divulgação

Os cães usam a boca para explorar o mundo, mantendo-os ativos e diminuindo o stress. No entanto, uma recente pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade da Pensilvânia, com apoio da Mars Petcare, identificou que cerca de 27% dos cães têm fraturas dentárias, geralmente em dentes funcionalmente importantes, e esses episódios estão diretamente relacionados aos brinquedos e petiscos disponíveis no mercado.

A mastigação é algo inerente à espécie canina, o que pode acabar dando a falsa impressão de que os dentes dos cães são indestrutíveis. A verdade é que o esmalte de um dente canino é seis vezes mais fino que de um humano e os nervos estão mais próximos da superfície, causando maior sensibilidade. Atualmente, 1 em cada 4 cães tem dentes fraturados em decorrência de mastigar produtos muito rígidos.

A médica veterinária britânica Lisa Milella, especialista em Odontologia e membro da European Veterinary Dental College, reforça ainda que “ao contrário de muitas fraturas comuns em humanos, lascas e fraturas nos dentes dos cães podem causar dor extrema, infecção e diminuição do apetite, uma vez que os nervos dos seus dentes ficam mais expostos”.

O estudo comprovou também que a mandíbula de um cão tem força suficiente para quebrar os dentes ao mastigar produtos muito rígidos. Isso significa que, mesmo que alguns cães consigam roer e morder brinquedos e alimentos com essa característica, existe um grande potencial de danificação dos dentes, considerando a imensa força que eles aplicam na mastigação.

Apesar da importância do assunto, metade dos tutores dos cães participantes da pesquisa não conseguiram identificar fraturas dentárias em seus pets. Isso mostra a necessidade que ainda existe de aprendizado e conscientização dos tutores sobre a rigidez de petiscos e brinquedos voltados para a mastigação dos cães.

Pensando nisso, a Mars Petcare elencou 3 dicas valiosas para os tutores estarem atentos ao assunto e protegerem os dentes de seus cães:

1 - De olho na mastigação: fique atento ao que o cão mastiga, principalmente itens que ele encontra e coloca na boca por curiosidade, como pedrinhas que encontra na rua ou no parque. Desencoraje esse tipo de comportamento.

2 - Se achar que é muito rígido, provavelmente é. Quando oferecer ao cão algo para mastigar, imagine-se dando uma mordida forte naquele petisco ou brinquedo. Se sentir aflição ao pensar nisso, então provavelmente o item é muito rígido para o cão.

3 - Consulte sempre o médico veterinário: Se não tiver certeza se um produto - petisco ou brinquedo - é muito rígido, fale com o veterinário de confiança para obter orientações sobre o que é seguro para o pet. (Da Redação)

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