Jeep Compass 2022 vai muito bem com o novo motor 1.3

Compass-22 é outro carro por dentro, com painel redesenhado e acabamento superior ao do antigo

Por Cruzeiro do Sul

A recém-lançada linha 2022 do SUV médio aposentou o motor 2.0 Tigershark com 16 válvulas e naturalmente aspirado. E traz o aguardado 1.3 turbo flexível da família GSE turbo da Stellantis, grupo dono da marca.

O gostinho do downsizing enfim pode ser sentido no novo Jeep Compass. A recém-lançada linha 2022 do SUV médio aposentou o motor 2.0 Tigershark com 16 válvulas e naturalmente aspirado. E traz o aguardado 1.3 turbo flexível da família GSE turbo da Stellantis, grupo dono da marca. Coube à série especial 80 Anos, do aniversário da Jeep, estrear novos desenho e mecânica.

Ela é baseada na intermediária, Longitude, campeão de vendas do SUV desde 2016, quando o modelo passou a ser feito em Goiana (PE). A tabela parte de
R$ 168.890 (em São Paulo, R$ 174.508).

Um olhar rápido talvez não revele as sutilezas do novo desenho do Compass. Mas o centro de estilo da Jeep aperfeiçoou as linhas anteriores desta segunda geração do utilitário nacional, que agora exibe visual refinado com iluminação Full LEDs nos faróis, lanternas e luzes auxiliares. O conjunto óptico está ligeiramente mais estreito e conectado à grade.

O para-choque também foi redesenhado e trouxe uma evolução técnica. Segundo a Fiat, houve melhoria de 33% no ângulo de entrada, que era um “defeito” do modelo antigo. Subiu de 16,2° para 21,5°. Muito melhor, naturalmente, para encarar quebra molas e valetas, tão comuns nas ruas do País. Entretanto, ainda distante dos 30,6° de ataque da versão Trailhawk.

Voltando ao desenho, as laterais são a parte menos modificada, até porque se trata de uma reestilização. O destaque são as rodas de liga leve de 18 pol., com pneus 225/55, e os espelhos retrovisores pintados de grafite. É um detalhe da versão de 80 Anos, que também traz uma plaquinha com a silhueta do Willys dos anos 1940.

Atrás, as lanternas exibem exatamente as mesmas formas de antes, com desenho horizontal que invade a área da tampa. Entretanto, o novo arranjo de LEDs é sofisticado e ficou mais chique

Outra evolução técnica é que algumas versões receberam o estepe para uso temporário. Nesse caso, a capacidade do porta-malas sobe de 410 litros para 476 l.

Se não mudou tanto por fora, o Jeep Compass 2022 é outro carro por dentro. A marca redesenhou todo o painel, que traz padrão de acabamento superior ao do antigo, com muitos detalhes que deixam o ambiente com melhor aparência. A faixa central, por exemplo, traz uma parte coberta com couro com costura pespontada.

Há também molduras com acabamento preto brilhante e outras metalizadas, que combinam com os detalhes externos grafite. Porém, de todos as novidades a principal é a central multimídia Uconnect com tela Full HD de 10 polegadas, processador mais potente e memória interna de maior capacidade.

Além disso, há conexão sem fio com telefones celulares, que permite espelhar as plataformas Android Auto e Carplay de forma mais simples e rápida. Na prática, ao entrar na cabine e acionar o motor, o smartphone já se conecta à multimídia e, automaticamente, abre a interface correspondente (Android ou iPhone).

A conexão à internet é feita por meio de uma parceria com a operadora TIM. Há um chip que mantém o sistema sempre online, permitindo, assim, acionar algumas funções do veículo de forma remota por meio do aplicativo My Uconnect. É possível, por exemplo, dar a partida no motor, abrir as portas e ver a localização do Compass.

A marca chama a plataforma de Adventure Intelligence. Assim como ocorre nos carros da Chevrolet que têm o serviço OnStar, a Jeep mantém uma central de atendimento para auxiliar seus clientes. Há até um “SOS”, para uso em caso de acidente, que envia a localização do carro ao resgate.

Além disso, chamam a atenção as boas respostas do motor 1.3 flexível com turbo. Embora não seja leve (pesa mais de 1,5 tonelada), o Compass arranca com ímpeto graças aos 27,5 mkgf a 1.750 rpm. Essa oferta de torque em baixo giro fica ainda mais interessante quando o modo Sport está acionado. O câmbio deixa o motor subir as rotações e, assim, o pedal do acelerador fica mais sensível. De acordo com a Jeep, de 0 a 100 km/h são necessários 9,3 segundos.

A suspensão tem ajuste firme, embora essa versão do carro não tenha tração nas quatro rodas, que continua sendo exclusividade das configurações com motor 2.0 turbo diesel. Nessas, a potência é de 170 cv e o torque, de 35,7 mkgf. Porém, a sensação é de estar ao volante de um SUV bastante valente.

Porém, os números de consumo vão decepcionar quem espera que o downsizing traria, além de vigor, um comportamento mais frugal. O número melhorou, mas nem tanto. Com o 1.3 turbo flex, o SUV médio da Jeep faz, na cidade, média de 10,3 km com um litro de gasolina e 7,1 km com a mesma quantidade de etanol. Na estrada são, respectivamente, 11,9 km e 8,6 km.