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Cientistas criam robô do tamanho de um besouro movido a metanol

19 de Agosto de 2020 às 20:25

Cientistas criam robô do tamanho de um escaravelho movido a metanol


O dispositivo em forma de besouro tem apenas 15 milímetros de comprimento. Crédito da foto: Xiufeng Yang / University of Southern California / AFP (19/8/2020)

Há tempos os cientistas tentam fabricar pequenos robôs capazes de entrar em locais inacessíveis ou muito perigosos para os humanos. Até agora não tinham conseguido energia suficiente para fazê-los se movimentar.

Uma equipe da Universidade do Sul da Califórnia conseguiu esse objetivo, com a criação de um robô de 88 miligramas, o "RoBeetle". Ele funciona com metanol e usa um sistema muscular artificial para se movimentar, subir e carregar peso durante um máximo de duas horas.

O dispositivo em forma de besouro tem apenas 15 milímetros de comprimento. Dessa forma, tornou-se "um dos menores e mais leves robôs autônomos já criados", ressaltou o seu inventor, Xiufeng Yang.

"Queríamos criar um robô que fosse semelhante em tamanho e peso a insetos reais", acrescentou Yang. Ele é o principal autor de um artigo sobre a invenção publicado nesta quarta-feira (19) na revista Science Robotics.

Movimentação

O problema com a fabricação desse tipo de dispositivo é que a maioria dos robôs precisa de motores pesados e de eletricidade, o que requer a adição de baterias. As menores baterias disponíveis no mercado são entre 10 e 20 vezes o peso do escaravelho desenvolvido.

Para superar esse obstáculo, Yang e seus colegas criaram um sistema muscular artificial baseado em combustível líquido. Nesse caso, o metanol, que armazena cerca de 10 vezes mais energia do que uma bateria do mesmo tamanho.

Esses músculos são formados por fios feitos de níquel e titânio, cujo comprimento se contrai quando aquecido, ao contrário da maioria dos metais, que se expandem a altas temperaturas. Os criadores do RoBeetle cobriram esses cabos com pó de platina que atua como um catalisador para a combustão do vapor de metanol.

Conforme o vapor dos tanques de combustível do robô se transforma em pó de platina, o cabo se contrai e um conjunto de microválvulas fecha para interromper a combustão. O cabo então esfria e se expande, o que reabre as válvulas. O processo é repetido até que o reservatório de metanol se esgote.

Testes em várias superfícies

O movimento de contração e expansão desses cabos é conectado às patas dianteiras do RoBeetle por meio de um mecanismo de transmissão que permite que lhe permite rastejar. A equipe testou seu robô em superfícies planas e inclinadas feitas de materiais lisos, como vidro, ou ásperos, como a parte superior de um colchão.

O RoBeetle pode carregar até 2,6 vezes seu peso. Deve funcionar por duas horas com o tanque cheio, segundo seu criador. (AFP)