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Saúde

SP investiga 6 casos suspeitos de hepatite infantil

11 de Maio de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: Divulgação / Ag. Fang / Istock)

O Ministério da Saúde monitora pelo menos 16 casos suspeitos de hepatite infantil misteriosa no Brasil, segundo informou o governo na segunda-feira (9). Conforme a pasta, os pacientes são monitorados nos Estados de São Paulo (6 casos), Rio (5), Paraná (2), Espírito Santo (1), Santa Catarina (1) e Pernambuco (1). A Secretaria da Saúde paulista reporta um caso suspeito a mais, elevando o número para sete. O mesmo ocorre no Espírito Santo, com dois casos.

Há confirmação da doença, cuja origem ainda é desconhecida, em mais de 20 países. Esse tipo específico da hepatite infantil, em 10% dos doentes pode exigir transplante de fígado e até matar. Em São Paulo, os registros foram na capital paulista e nos municípios de São José dos Campos e Fernandópolis. Todos são crianças, dois estão internados, e os demais “evoluem bem”, de acordo com o órgão estadual.

O Rio de Janeiro, segundo Estado com mais ocorrências, investiga seis pacientes suspeitos que variam dos 2 meses aos 8 anos de idade. A contagem do órgão estadual considera um paciente a mais do que a do Ministério da Saúde. A maior concentração dos casos está na capital (três casos), enquanto os outros foram registrados em Araruama, Niterói e Maricá, onde um bebê de 8 meses morreu e tem caso em análise pelas autoridades, que ainda tentam estabelecer a causa do óbito

“Estamos acompanhando a evolução da doença no mundo e monitorando com as Vigilâncias municipais os registros de casos suspeitos no Estado. O alerta é justamente para que esses pacientes possam ser acompanhados e monitorados de forma correta”, afirmou o Alexandre Chieppe, secretário estadual de Saúde, que também pediu atenção de pais e responsáveis aos sintomas.

No Paraná, três casos suspeitos da doença foram acompanhados nos últimos dias pelas autoridades de saúde e pela Vigilância, sendo um já descartado. Os outros dois pacientes são meninos entre 8 e 12 anos, em observação. A Secretaria da Saúde do Paraná, afirmou, em nota que tem “organizado o fluxo de vigilância e o apoio laboratorial”, assim como “capacitado os serviços de saúde sobre a doença”. A pasta também emitiu nota técnica sobre os sintomas e orientou a rede de vigilância epidemiológica.

Em Itajaí, no interior de Santa Catarina, uma criança de 7 anos está em observação desde que deu entrada no Hospital Pequeno Anjo. Ela apresentou quadro de hepatite aguda (inflamação do fígado), icterícia (pele e olhos amarelados), náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal, além de aumento das transaminases (enzimas hepáticas). Após o atendimento, recebeu alta hospitalar e segue em acompanhamento ambulatorial.

Ainda não há caso confirmado da nova hepatite aguda e “misteriosa” no Brasil. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença já foi registrada em mais de 300 pessoas no mundo.

Estudos

Presidente do Departamento Científico de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, Marco Aurélio Sáfadi lamenta o cenário de incertezas. Porém, o especialista cita algumas convicções a partir de estudos e escritos britânicos.

Conforme as anotações dos ingleses, diz Sáfadi, de 5% a 10% dos casos já reportados evoluíram para hepatite fulminante, quando o recurso terapêutico necessário é o transplante de fígado. Além disso, 75% dos doentes têm idade inferior aos 5 anos. E, assim, descarta-se a possibilidade de relação com a vacina contra a Covid-19, uma vez que não há vacina para esta faixa etária. Parte dos 25% também não estava vacinada contra a Covid. “Os casos não têm relação um com o outro, não ocorrem surtos dentro de uma escola ou família, e ocorreram em diversos países”, destaca.

Sáfadi diz que é preciso ter cautela. “É tudo muito preliminar, não há dados se eram crianças infectadas pela Covid.” (Estadão Conteúdo)