Como evitar que as crianças exagerem nos ovos de Páscoa

Por Cruzeiro do Sul

Consumo de chocolate deve ser limitado, mas não proibido. Professor de nutrição dá dicas para pais preocupados com a obesidade infantil.

Uma a cada três crianças ou adolescentes está acima do peso no Brasil. Em três décadas, a obesidade na faixa etária dos 5 aos 9 anos cresceu mais de quatro vezes no País. No mundo, 158 milhões de crianças com menos de 5 anos estão fora do peso ideal, segundo levantamento da World Obesity Federation.

O consumo exagerado de açúcar e a falta de atividade física estão entre as principais causas. Mas como evitar que as crianças exagerem no consumo de doces e chocolates em datas como a Páscoa? A perspectiva da Associação Brasileira dos Supermercados (Abras) é que a venda de ovos de chocolate e de outros produtos relacionados à data tenha crescimento de 12% em relação a 2021.

O nutricionista Jhonathan Andrade, professor do curso de nutrição do UniCuritiba -- instituição que faz parte da Ânima Educação, uma das principais organizações de ensino superior do País -- dá algumas dicas para os pais que estão preocupados com a saúde dos filhos.

O principal é o equilíbrio. “A ideia é ter limite e controle sobre os excessos. A criança pode comer seu chocolate preferido na Páscoa, mas o que não pode é extrapolar. E quem oferta esses alimentos são os pais e familiares. Então, são eles que precisam de conscientização, inclusive na hora de comprar os doces”, comenta.

Consciência alimentar

Não são apenas as crianças que têm problemas com o peso e as doenças associadas à obesidade. Mais de 100 milhões de brasileiros estão acima do peso, de acordo com o Ministério da Saúde. No mundo, revela a Organização Mundial da Saúde, a marca chega a 1,9 bilhão.

O controle do problema passa por mudança de hábitos e pela consciência alimentar. “Esse processo é algo complexo e requer a inclusão de porções de frutas e hortaliças no cardápio diário. É essencial evitar o excesso de ‘calorias vazias’, como refrigerantes, balas e chocolates”, ensina Jhonathan, mestre em alimentação e nutrição e doutorando em ciência e tecnologia de alimentos.

Para a introdução de alimentos saudáveis na dieta das crianças, o conselho é tornar o prato agradável aos olhos, que seja colorido, bonito, lúdico e faça sentido para esse grupo etário. “Uma alimentação desregrada leva não apenas à obesidade, mas a uma série de doenças relacionadas, como hipertensão, colesterol e triglicerídeos elevados e até a alguns tipos de câncer”, diz o professor.

Obesidade infantil x Páscoa

Para evitar o consumo exagerado de chocolates na Páscoa, a indicação é limitar a quantidade oferecida às crianças, mas sem radicalismos. “Mais uma vez, o equilíbrio é a palavra-chave. Assim como o excesso, a proibição total não é o caminho. A restrição leva à compulsão. A dica é fazer do consumo de chocolates algo natural, na quantidade ideal. Comer um ou dois ovos de Páscoa não é o problema. A questão é quando isso se torna um hábito alimentar.”

A consciência sobre o que se come é fundamental para pais e crianças. Por isso, Jhonathan sugere que, em datas como a Páscoa, os pais ofereçam pequenas porções de chocolate após as refeições. Além disso, optar por opções menos calóricas e compartilhar essa preocupação com os familiares para evitar que as crianças ganhem muito chocolate vai ajudar na tarefa de manter a alimentação saudável e a saúde em dia. (Da Redação)