Volta às aulas presenciais requer cuidados para evitar infecções

Entre os motivos mais frequentes que levam as crianças ao médico estão as infecções de ouvido, nariz e garganta

Por Cruzeiro do Sul

O médico Fabio Lorenzetti, coordenador do Departamento de Otorrinolaringologia do Banco de Olhos de Sorocaba (BOS).

Os cuidados com a saúde das crianças requerem sempre muita atenção, em especial quando o assunto é o nariz, ouvido e a garganta. Isso porque, além das corriqueiras travessuras infantis -- tais como enfiar objetos no ouvido, boca e nariz --, que são os pesadelos de quaisquer pais, as infecções de garganta (como a amidalite), de ouvido (otites) e de vias aéreas superiores (como a rinosinusite) são muito comuns durante a primeira e segunda infância, respondendo por alguns dos principais motivos que levam os pais a procurarem um otorrinolaringologista, médico que cuida dessas doenças.

Além dessas situações frequentes, são comuns também casos de obstrução respiratória, que levam à respiração oral, problemas do sono, como ronco e apneia; e infecções de repetição na garganta, que ocorrem com grande frequência, são muito graves ou que duram um tempo excessivo. “Apesar desse tipo de infecção ser muito comum, durante o isolamento social causado pela pandemia, observamos uma diminuição na procura por esse tipo de atendimento, justamente porque houve a interrupção das aulas escolares presenciais. No entanto, o retorno das aulas 100% presenciais pode trazer à tona novamente essas infecções de repetição”, alerta o médico Fabio Lorenzetti, coordenador do departamento de otorrinolaringologia do Banco de Olhos de Sorocaba (BOS).

A melhor maneira de prevenir estes casos de infecções de repetição, tanto de garganta e ouvido quanto as respiratórias, assim como a própria Covid-19, é lavar sempre as mãos com água e sabão, utilizar álcool em gel, manter o corpo hidratado, adotar uma alimentação saudável e dormir bem para manter a imunidade alta. E, o mais importante: manter o uso de máscaras faciais de proteção para a prevenção de infecções transmitidas pelo ar, de maneira geral.

Outra situação para a qual os pais devem ficar especialmente atentos é o sangramento nasal, que pode ser causado por traumatismos locais, que são mais frequentes em crianças; pelo ressecamento da mucosa, causado pelo clima excessivamente seco; pelas alergias, em razão da presença de um corpo estranho; pelo hábito de assoar o nariz com muita força ou, ainda, de levar o dedo ao nariz, atitudes típicas de crianças. Nestes casos, alerta Fabio Lorenzetti, o importante é manter a calma e fazer compressão na narina que estiver sangrando, com a cabeça levemente inclinada para a frente, e evitar a exposição ao calor e às atividades físicas.

Ainda sobre situações potencialmente perigosas para as crianças, o médico destaca o mau uso dos fones de ouvido, pois um tempo prolongado de exposição a um som de alta intensidade pode levar a perdas auditivas significativas. “Após esse tipo de exposição, é comum ter os mesmos sintomas de quando a gente vai num show de rock, por exemplo, e fica durante muito tempo perto da caixa de som. Daí aparece aquele zumbido fininho dentro do ouvido e a gente sente que teve uma perda da audição. Essa condição geralmente é temporária, depois de um tempo as funções normais tendem a ser recuperadas. Mas é preciso tomar muito cuidado, pois se a pessoa continua se expondo, uma hora essa perda pode se tornar permanente”, esclarece o médico otorrinolaringologista.

“É importante lembrar que o BOS está preparado para atender a todos os casos, seja um corpo estranho que a criança introduziu em algum orifício, um sangramento nasal persistente, perdas auditivas temporárias e até mesmo em casos de infecções agudas de garganta e ouvido, quando a criança está sofrendo muito. Isso porque temos o Pronto Socorro de Otorrinolaringologia, um dos únicos da região que possui essa especialidade in loco, e temos ainda nosso ambulatório para atendimento, tanto para consultas de convênios, particulares ou do SUS. O mais importante é manter a calma, procurar ajuda de um profissional e nunca, jamais, se automedicar”, finaliza o médico. (Da Redação)