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Doce lembrança

11 de Julho de 2019 às 06:30

Doce lembrança Crédito da foto: Reprodução

Vanessa Marconato Negrão

Uma lembrança muito forte da minha infância é do meu pai assistindo “a Inezita” nos domingos de manhã. Podia até ser dia do Ayrton Senna ganhar a Fórmula 1, se fosse no mesmo horário da Inezita, sem chance. O programa da Inezita, no caso, era o “Viola, minha viola”, que tocava música caipira. Inezita Barroso apresentou a atração de 1980 até 2015.

Esse livro fala da vida da menina Ignez Magdalena Aranha de Lima, que começou a tocar violão já pequena, cresceu apaixonada por cultura e se tornou cantora, atriz, instrumentista, bibliotecária, professora e apresentadora de rádio e televisão.

A menina Ignez adorava brincar com os bichinhos do Parque da Água Branca e passear levada nos ombros por seu padrinho, a quem tinha profunda admiração -- e com quem aprendeu suas primeiras histórias do folclore. O livro foi lançado em 2011. Inezita escreveu nele uma nota sobre sua infância, onde diz: “Com todo respeito vou chamar vocês de ‘pobres crianças’ porque não viveram na época em que São Paulo era a cidade mais linda e querida do mundo, com seus brinquedos de roda, cantados e representados, com seus lampiões de gás, suas pizzas vendidas em latões redondos, com seus circos e maravilhas mais! Não vão voltar mesmo. Vou parar aqui para não chorar...”

Inezita faleceu com 90 anos, sua presença insubstituível continua sendo reprisada todos os domingos na TV Cultura. “A menina Inezita” é publicado pela Editora Cortez, escrito por Assis Ângelo e ilustrado por Ciro Fernandes.

Vanessa Marconato Negrão é professora e apaixonada por literatura infantil