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Escolas de Sorocaba inovam na preparação para o Enem

26 de Outubro de 2018 às 10:38

Escolas inovam na preparação para o Enem Alunos e professores da E.E. Clotilde Beline Capitani, de Votorantim, trabalham em parceria com a E.E. Dr. Arthur Cyrillo, de Sorocaba. Crédito da foto: Divulgação

Escolas de Sorocaba estão adotando formas alternativas de preparar os alunos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Como exemplo, a reportagem foi conferir um projeto envolvendo interdisciplinaridade e outro baseado em simulados que estão inovando no aprendizado e ajudando os estudantes de duas unidades de ensino a se prepararem melhor para a avaliação. Ambos são realizados com alunos do 3º ano, que já estão na expectativa pelas provas oficiais, marcadas para 4 e 11 de novembro, em mais de 1,7 mil municípios brasileiros.

Na Escola Estadual Dr. Arthur Cyrillo, situada na Vila Jardini, um projeto tem ensinado na prática disciplinas como Sociologia, Português, Matemática, Química, Biologia, entre outras, com o diferencial de estarem “juntas e misturadas”, como na vida real. Trata-se de um trabalho interdisciplinar, ou seja, que conta com o envolvimento em conjunto dos professores, com foco no conteúdo do Enem.

Escolas inovam na preparação para o Enem A professora de Matemática Ana Maria contabiliza os bons resultados dos alunos na prova. Crédito da foto: Emidio Marques

Conforme a professora de Matemática Ana Maria dos Reis, que está substituindo a diretora Simone Proença Almeida, os projetos também são interescolares, pois há parceria com o professor de Matemática Marcos Roberto Marques Alves, da Escola Estadual Clotilde Beline Capitani, de Votorantim.

Ana Maria conta que a parceria na Matemática já existe há algum tempo. O projeto, de Educação Financeira, simula a compra de produtos, que pode ser feita com dinheiro, cheque ou cartão de crédito. No caso de compras feitas em parcelas, os estudantes devem calcular os juros compostos. Os trabalhos são feitos e depois trocados entre os alunos das escolas parceiras, que revisam o que foi feito e corrigem um do outro. “É uma prática que eu faço tem algum tempo. O Marcos viu esse projeto e sugeriu a parceria. Já é o segundo ano que fazemos isso porque deu muito resultado”, afirma Ana Maria.

De acordo com ela, quando um aluno corrige o exercício do outro, ele reforça o seu aprendizado porque está revendo o conteúdo. “A postura dele como corretor muda, ele adquire uma maturidade e uma maneira de ver o exercício de outra forma”, destaca a educadora.

Notícia é tema

A notícia sobre a queda do índice de vacinação no Brasil rendeu um projeto envolvendo as áreas de Sociologia, Biologia, Matemática e Língua Portuguesa. Mas como? O professor Danival Pinto da Silva, de Sociologia, ia trabalhar com a questão e para isso apresentou aos alunos um texto de referência em que trabalhou o tema direitos humanos. A Matemática entrou na hora da interpretação de gráficos e imagens. “A proposta era fazer um comparativo entre o período atual e anos anteriores”, afirmou Ana Maria.

A Biologia, da professora Sandra Regina Fre Costa, veio no sentido de explicar sobre a composição vacina. Foram propostos diversos exercícios aos moldes do Enem e em seguida veio a parte da Redação, em que os estudantes deveriam escrever, argumentando, fazendo as considerações sobre o que aprenderam, ou seja, essa parte final foi de Língua Portuguesa, da professora Marilei Ferreira Martins. A ideia é desenvolver a criticidade, a criatividade, e os textos dos alunos. “A correção da redação também é no estilo Enem. Esses trabalhos que fazemos substituem as provas tradicionais, mas é uma maneira que temos de avaliar. E quando entregam os projetos em escrito, eles o fazem segundo as normas ABNT, como devem ser os trabalhos acadêmicos, então já estão aprendendo como é na faculdade.”

Outras disciplinas também trabalham juntas nos projetos, como Geografia, dos professores Waldejan D’Andrea Júnior e Adriana de Oliveira, e Química, de Fábio Rogério Lopes de Oliveira.

Ana Maria afirma que o resultado dos projetos interdisciplinares tem sido surpreendente. “Recebemos um retorno grande dos alunos, que se dizem felizes pelo aprendizado e eu tenho um combinado pessoal com eles, para contarem se passaram. Fizemos um painel na escola, que tem servido como incentivo para os pequenos.”

Escolas inovam na preparação para o Enem Bianca tem gostado das novidades na preparação. Crédito da foto: Emidio Marques

Bianca Alexia de Lima dos Santos, 17 anos, disse que estudava à noite em outra escola no ano passado e está satisfeita no Cyrillo, que segundo ela realiza um trabalho muito diferente. “Esses projetos diferenciados são novidade para mim. Fica mais fácil aprender. Me sinto mais preparada para o Enem.”

Simulados

Escolas inovam na preparação para o Enem No Politécnico, os simulados e as revisões são parte da rotina do 3º ano. Crédito da foto: Divulgação

No Colégio Politécnico de Sorocaba, mantido pela Fundação Ubaldino do Amaral (FUA), a diretora Sidnei Silva conta que foram abolidas as provas tradicionais para os alunos do 3º ano do ensino médio. “Temos trabalhado com simulados no decorrer do ano e através deles vamos analisando o progresso e as dificuldades dos alunos. Fazemos um trabalho intensivo através de aulões aos sábados”, conta.

Sidnei comenta que a equipe introduziu um material chamado Revisa, em que é feita uma revisão de todo o conteúdo aprendido, desde o 6º ano do ensino fundamental. “Trabalhamos com material didático apropriado do 3º ano de forma condensada e reservamos um período para o Revisa.”

A diretora avalia que os alunos têm tido bom resultado. “Estava analisando umas planilhas do último simulado e vendo onde conseguimos detectar dificuldades, onde temos de investir mais, inclusive nos recursos humanos aqui”. Conforme ela, está havendo bastante empenho dos alunos. “Vários estudantes se conscientizaram da importância de se preparar e alguns estão com projetos de futuro, estão mais empenhados”, observa. Um deles é Sandro de Souza Monteiro Filho, 17 anos. Conforme Sandro, que já tem experiências anteriores com o Enem, pois participou no 1º e 2º anos para treinar, afirma que os simulados são importantes. “Eles preparam a gente para a prova, para termos noção do conteúdo, desenvolvermos o raciocínio. Na questão do tempo também. Estou com uma expectativa razoável, acho que vou conseguir uma nota e ingressar no curso que pretendo, que é Medicina ou Fisioterapia.”

Sobre a ansiedade, Sandro diz que está “bem controlada”, devido aos simulados. Já está se acostumando a esse ritmo, garantiu.

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