Educação nas eleições: atenção nas propostas e cuidado com fake news
A reforma do ensino médio, a cobrança de mensalidades na universidade pública, o investimento na formação e valorização dos professores e um olhar mais atento para a educação infantil, que não se concentre apenas na questão da abertura de vagas em creches. Esses temas, que vêm sendo discutidos por educadores, merecem atenção por parte de toda a sociedade. Em tempos de eleições, a população deve ficar atenta à proposta dos candidatos com relação a esses assuntos. É o que foi abordado no 2º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação, dias 6 e 7 de agosto em São Paulo, pela Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca).
Na ocasião, foram debatidas possibilidades de coberturas jornalísticas com foco na Educação. Para a sociedade, vale o alerta para prestar atenção ao que os candidatos dizem a respeito do tema.
Marcelo Beraba, diretor da sucursal de Brasília do jornal O Estado de S. Paulo, é envolvido profissionalmente com cobertura eleitoral desde 1989, e afirmou que a campanha de 2018 tem características sem precedentes em virtude da sobreposição de crises (política, econômica e social) e do fator Operação Lava Jato. Como resultado disso, Marcelo comentou que há um problema ainda mais grave, que é a crise da própria democracia. E ressaltou que os programas de governo não são levados a sério no Brasil. “Aliás, a maioria dos candidatos sequer tem um”, disse. Ainda que não haja garantias de que serão efetivamente implementados, Marcelo lembra que funcionam como um compromisso mínimo para ser cobrado.
Durante o seminário, as fake news também tiveram seu espaço para discussão. O palestrante Greg Toppo, presidente da Education Writers Association (EWA), entidade que serviu de inspiração para a criação da Jeduca, cobriu, com foco em educação, a corrida eleitoral que terminou com a vitória de Donald Trump, em 2016. Ele citou que a avalanche das fake news na eleição presidencial americana acendeu um alerta vermelho naquele país. Toppo disse que conversa muito com professores e acredita que agora é o momento apropriado para ensinar educação midiática nas escolas. “Estudantes de hoje já têm uma capacidade midiática grande, são sofisticados, podem entender e fazer política. É com essa geração que devemos nos preocupar”, afirmou.
A reportagem foi ao congresso a convite da Jeduca e da Fundação Itaú Social, uma das empresas patrocinadoras do evento.