Histórias que iluminam

Mia Couto é um escritor que nasceu em Moçambique, um país da África. Ele escreve histórias cheias de poesia, imaginação e sabedoria. Seus livros falam de gente simples, da natureza, dos animais, da cultura do seu povo e das coisas que moram no coração.

Seu jeito de escrever é especial porque o autor brinca com a língua, como se estivesse criando novas formas de dizer o mundo. Ele escreve como quem conta um “causo” ao pé da fogueira, e nos mostra que, mesmo na dor, pode haver beleza e esperança. Suas palavras têm ritmo, como uma música que a gente lê com os olhos e sente com o coração.

Mia Couto mostra que escrever é uma forma de escutar, imaginar e cuidar do mundo. Seu novo livro, O rio infinito, foi escrito em coautoria com Danuta Wojciechowska, ilustradora e designer gráfica com uma carreira próspera em Portugal.

Num dia em que o Sol se recusou a nascer, Kianda, uma mãe amorosa, decidiu sair em busca do que mais faltava naquela escuridão: histórias. Movida pelo amor aos filhos e pela certeza de que as palavras podem aquecer até os dias mais frios, ela parte numa viagem pelo mundo, determinada a encontrar e recolher narrativas para oferecer a eles.

Para Kianda, contar histórias às crianças não era apenas um gesto de carinho, mas uma necessidade fundamental. Ela acreditava que, quando tudo parece sem luz, as histórias acendem dentro da gente pequenas chamas de esperança.

A partir dessa personagem, Mia Couto nos lembra que as narrativas vindas dos mais velhos, das tradições e da memória coletiva têm força para sustentar a vida em tempos difíceis. Elas são bússolas que nos orientam, raízes que nos mantêm de pé e asas que nos fazem imaginar um futuro possível.

Vanessa Marconato Negrão é professora e sócia efetiva da Academia Sorocabana de Letras