Quando o mundo literário cabe nas mãos das crianças
Pequenos leitores e seus livros: inesgotáveis fontes de magia
Dentro de cada livro existe uma história a ser explorada. Cada página pode abrigar um novo universo, linhas cheias de um mundo onde a magia existe: um pé de feijão mágico pode levar ao castelo de gigantes, cachorros podem ser super-heróis e é possível viajar e conhecer novas culturas sem sair de casa.
O mundo literário tem muitos encantos e, por vezes, aqueles que experimentam suas belezas ficam apaixonados. Este é o caso do pequeno Leonardo Vidal de Latorre Picin, que aprendeu a ler com 4 anos e assustou a família. Ele ainda lembra de quando leu a primeira palavra: o nome de uma pizzaria, durante um passeio de carro. A mãe, a produtora Gisely Vidal Latorre, de 45 anos, conta sorrindo que quase “bateu o carro de susto”.
Hoje, com 7 anos, Leonardo já pensa grande e quer ser escritor e produtor quando crescer. “Eu não conto as histórias, mas já devo ter escrito uns 400 livros”, compartilha. A mãe, Gisely, conta que o filho já brincava de ser escritor: “Ele fingia que escrevia fazendo minhoquinhas, ele não sabia escrever”, explica. Incentivado pela mãe, Leonardo escreve os próprios livros com papel sulfite, e tem até alguns de capa dura, feitas de papelão. Na escola, Leonardo já participou do show de talentos lendo uma de suas histórias. “Fez muito sucesso! Tinha uma menina que queria até comprar o meu livro”, conta.
Em casa, os pais incentivam que o filho desenvolva a leitura e o desenho desde cedo. Segundo a contadora de histórias, escritora e pesquisadora Monisa Maciel, é superimportante a criança ter acesso à literatura para a infância, e isso desde os bebês. “A criança precisa de referência, precisa ter essas vivências: ir à livraria, a lançamentos de livros, a contações de histórias, a família ler histórias para as crianças”, explica.
Essa atitude é praticada pelo consultor de negócios Bruno Miguel Ottati, de 40 anos, e a personal Kelly Soares Tonche Ottati, de 41 anos, pais das pequenas Lorena Tonche Ottati, de 10 anos, e Liz Tonche Ottati, de 6. “Desde que nasceram, praticamente, nós lemos para elas toda noite. É raro um dia sem leitura antes de dormir. Isso com certeza influenciou muito”, conta Bruno.
A prática da leitura revela as diversas formas de diversão que um livro pode proporcionar. Lorena pegou gosto por esse universo e diz que essa é sua maneira favorita de passar o tempo livre. “Eu gosto de ler toda hora, eu acho muito legal. Porque às vezes, por exemplo, quando eu leio Harry Potter, eu gosto de imaginar as cenas dos filmes, mas, quando não tem filme, eu imagino na minha cabeça”, explica.
O sentimento é parecido para Lorenzo Tsutsui, de 9 anos. “A leitura é um hobby para mim. Eu leio 30 páginas por dia, mais ou menos. Eu gosto porque me acalma e eu não penso em nada, fico focado só no livro”, explica. Segundo Lorenzo, quem o incentiva é a mãe, a fisioterapeuta Soraya Tsutsui, de 45 anos. “Eu percebi o gosto dele pela leitura quando ele estava com 7 anos. Em umas férias, ele pegou o livro do irmão mais velho, tinha uma média de 120 páginas, e o Lorenzo leu em uns quatro dias, no máximo. A partir daí, ele nunca mais parou de ler”, conta.
Soraya percebe que o hábito da leitura proporciona ao filho muitas coisas boas. “O que eu percebo é que o Lorenzo é uma criança que tem um vocabulário diferenciado de outras crianças”, conta. O mesmo é notado em Lorena, que conversa tranquilamente e se expressa sem dificuldades, e mais ainda em Leonardo, que, com apenas 7 anos, não tem dificuldade alguma e conversa como uma criança bem mais velha.
Capricho, cuidado, gostos e coleções
Além do hábito da leitura, os três pequenos leitores compartilham algo em comum: não basta conhecer as histórias, todos amam suas coleções, compostas pelos livros que já leram, os que são favoritos e a lista daqueles que ainda querem ler e ter nas estantes.
A pequena Lorena está aguardando o box de Harry Potter que pediu a um de seus familiares. Lorenzo ama visitar sebos e livrarias. Já Leonardo mal termina de comprar um livro em quadrinhos e já leu tudo antes mesmo de chegar ao estacionamento.
Os pais sempre incentivam. Gisely compartilha que, como presente para o filho, está procurando uma gráfica para publicar uma das histórias de autoria do pequeno, o primeiro livro publicado, um pouco mais crescido, aos 8 anos de idade.
Desde pequenos, podem usufruir de um milhão de histórias e serem protagonistas de diversos mundos por meio de cada texto, escrito e publicado por mentes brilhantes.