Luz, câmera, ação: artistas mirins brilham nos palcos e nas telas
Crianças de Sorocaba e Mairinque mostram que atuar é paixão desde cedo, entre desafios e aprendizados
Apresentações, ensaios, palcos, câmeras e muitos cliques são o brilho nos olhos dos pequenos grandes atores e atrizes de Sorocaba e Mairinque. Desde cedo, o gosto por estar em frente às câmeras e o talento para encantar chamam a atenção de familiares e amigos. E, uma vez no ramo, essa turminha já desbrava um mundo cheio de glamour, e também desafios, que enfrentam com leveza e dedicação.
Michele Vasconcellos, mãe do Bernardo, de 8 anos e morador de Sorocaba, conta que o filho sempre gostou de ser filmado e mostrar o que produzia. “Ele fazia graça, pedia pra filmar e depois queria mostrar pra todo mundo. Muita gente sugeriu que colocássemos ele em uma agência.” Foi o que fizeram. Com apenas três anos, Bernardo fez seu primeiro trabalho como modelo fotográfico em São Paulo. Desde então, já participou de campanhas para marcas como Hering Kids, Tip Top e Toyota.
No audiovisual, começou aos cinco anos e já interpretou papéis como Júnior em As Aventuras de José e Durval (Globoplay), Chico Mário em Betinho no Fio da Navalha (Globoplay), Bruno Senna na série Senna (Netflix), entre outros. “Quando gravei o primeiro audiovisual, achei incrível e quis continuar. Hoje faço comerciais, curtas... Amo muito isso!”, conta.
A história da Bia Andrade, sorocabana de 11 anos, é parecida. A mãe, Alessandra, preferiu esperar até que a filha tivesse certeza do que queria. “A Bia sempre amou câmeras e palco, mas quis que ela mesma escolhesse esse caminho.” Com sete anos, ela começou cursos de Atuação e Teatro Musical na OnBroadway. Desde então, participou de peças como O Mágico de Oz, Os Segredos de Arendelle e Tempo de Amar, além de um curta-metragem, A Noite que Não Acabou.
Com Pedro Dantas, de Mairinque, foi o YouTube que deu as pistas. A mãe, Simone, diz que ele sempre fazia vídeos e gravava com naturalidade. Aos três anos, entrou em uma agência. Mas o papel marcante veio aos 10: o Zé Lelé, do filme Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa. “Esse personagem reacendeu minha vontade de seguir na atuação”, diz Pedro.
Já Helena Pizol, de 11 anos e moradora de Sorocaba, está na área artística desde pequena. “Adoro! A gente aprende muito e faz novas amizades”, conta. A mãe, Aline, relata que abriu um perfil fechado para ela nas redes, e surgiram parcerias. “Começou como influencer e depois entrou para uma agência em São Paulo.” Helena já participou de filmes como A Senhora do Andador e Minha Irmã é um Robô, além do elenco de Matilda e do programa A Pracinha, onde viveu “Marie, a cientista”.
Nem tudo são flores
Apesar do brilho dos palcos e estreias, os bastidores também têm desafios. “Sempre incentivamos, mas fizemos muitos testes até conseguir um papel”, lembra Simone, mãe de Pedro. Foram muitos “nãos” antes do primeiro “sim”.
Aline, mãe de Helena, conta que os testes exigem maturidade. “Para o papel de Matilda, foram sete fases. Tem que ter equilíbrio emocional. O processo ensina a lidar com o ‘não’ e também com o ‘sim’.”
Helena diz que hoje leva os “nãos” numa boa. “A gente aprende muito. Fica mais profissional.” Bia também entende que tudo faz parte. “Fico triste, mas penso que pode aparecer um papel ainda melhor.” Para a mãe, nem sempre é questão de talento: “Às vezes o perfil que procuram é outro”.
Vida escolar
A rotina de gravações acontece fora do horário da escola. Para trabalhar, é preciso ter boas notas e alvará infantil. Além disso, as crianças recebem apoio psicológico e são acompanhadas nos sets para garantir que estejam felizes e seguras com o que fazem.