Estudantes transformam muro de escola em obra de arte
Alunos da Escola Municipal Prof. Paulo Fernando Nóbrega de Torttelo, em Sorocaba, criaram um verdadeiro painel a céu aberto com uma belíssima pintura “grafite” da artista Carolina Maria de Jesus, produzida pelos alunos do 5º ano, dentro do projeto “Mulheres Protagonistas”.
A iniciativa, além de mobilizar os jovens da escola, despertou a curiosidade da população, que pediu outras obras de arte dos alunos em pontos da escola e nos muros do bairro, retratando a beleza e a arte de mulheres protagonistas.
“‘Mulheres Protagonistas’ é o projeto que eu trabalho com os alunos, e, nessa edição, foi finalizado com o belíssimo painel que retrata a beleza de Carolina Maria de Jesus. No projeto, estudamos a história de mulheres importantes como Maria Quitéria, Dandara, Maria Felipa, entre outras. Os alunos estudam a história dessas mulheres, fazem pesquisas, desenhos, mapas conceituais, e, dessa vez, tiveram a ideia de valorizar ainda mais o trabalho com o grafite na parede da escola, retratando Carolina Maria de Jesus, que inspirou muitas outras mulheres com seu gosto pela leitura e por ser uma das primeiras escritoras negras do Brasil”, contou a professora Helen Rodrigues Xavier.
“Os alunos trabalharam em conjunto nesse projeto, que resultou no grafite. Durante a construção do painel, foi interessante ver que cada estudante ficou responsável por uma parte: alguns pintaram, outros sombrearam ou contornaram. Enquanto trabalhavam, muitos comentaram sobre as características de Carolina, seus traços e sua beleza marcante”, afirmou a professora.
O painel grafite de Carolina Maria de Jesus, retratado pelos alunos, pode ser conferido no muro da escola Prof. Paulo Fernando Nóbrega de Torttelo, no bairro Laranjeiras em Sorocaba.
A história de Carolina Maria de Jesus
Carolina Maria de Jesus foi uma escritora, compositora, cantora e poetisa brasileira. Ficou famosa com seu primeiro livro, Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, publicado em 1960 com auxílio do jornalista Audálio Dantas.
O livro fez um sucesso estrondoso, vendendo 10 mil exemplares em apenas uma semana. Foi traduzido para treze idiomas e distribuído em mais de quarenta países. A publicação e o número recorde de tiragens, cerca de 100 mil em três edições sucessivas, revelam o grande interesse do público e da mídia da época pela inédita narrativa de uma catadora que morava numa favela.
Uma das primeiras escritoras negras do Brasil, Carolina Maria de Jesus é considerada uma das mais importantes autoras do País. A escritora viveu boa parte de sua vida na favela do Canindé, na zona norte de São Paulo, sustentando a si e a seus três filhos como catadora. Sua obra e vida continuam sendo objeto de diversos estudos, tanto no Brasil quanto no exterior.