Volta às aulas: mistura de vários sentimentos para iniciar um novo ano

Depois de muita brincadeira, passeios e descanso, as salas de aula estão cheias novamente. Isso porque os estudantes de várias idades retornaram para as escolas de Sorocaba nas últimas semanas. E essa volta é regada de vários sentimentos. Tem aqueles que adorariam ficar mais um tempinho em casa, mas há também os que não viam a hora de ir pra escola e matar a saudade dos amigos e professores. Essa mistura de sentimentos é comum, e no geral, com o decorrer dos dias, o aluno se acostuma e retoma a rotina rapidinho.

Pelo menos na Escola Municipal Flávio de Souza Nogueira, na Vila Fiori, em Sorocaba, não houve o problema do “não querer voltar”. Nossa equipe foi à unidade e viu amigos conversando sobre o que fizeram nas férias, as novidades, a ansiedade para abraçar, olhos atentos para as atividades propostas pelos professores, entre tantas ações características da volta às aulas.

A estudante Heloísa Rosa de Carvalho Oliveira, de 10 anos, foi uma dessas alunas animadas para o retorno. “Estava bem ansiosa para rever todo mundo porque gosto muito de conversar com meus amigos e o professor. Mas também não é só isso, todo ano são coisas novas e isso é muito legal vivenciar tudo isso”, analisou a aluna do 5º ano B.

Seu colega de sala, Gabriel Jacinto do Nascimento, compartilha da mesma motivação. “Não via a hora que voltasse, porque aqui faço muitas coisas na educação física, que é a minha matéria favorita. Eu tive férias bem legais, mas estava ansioso pra chegar o dia de voltar”, contou o aluno de 10 anos.

Caius Vinicius de Lima será professor de Heloísa e Gabriel pelo segundo ano consecutivo. Com a experiência de quem leciona há 15 anos, ele contou que, na primeira semana de aula, a euforia - ou não - dos alunos é normal e que são nesses dias que as relações, geralmente, são iniciadas. “Ao meu ver é bom deixar os alunos conversarem, interagirem nesse começo, trocar ideia de como foram as férias, entre outros pontos, por que isso gera troca de experiências, que é fundamental para a comunidade e a escola também é lugar de se aprender a conviver em sociedade”, analisou.

Os alunos da rede municipal retornaram às aulas no início de fevereiro, mas tem estudante que já estreou o novo material escolar em janeiro, como é o caso das escolas particulares. No colégio Politécnico, por exemplo, o entusiasmo da primeira semana de aula já passou, mas a alegria de poder voltar a conviver com os amigos é percebida em qualquer época do ano.

Aluno do pré 2, Renan Lopez Miralha Serikako, de cinco anos, contou pra gente que se divertiu como ninguém nas férias. Ele viajou, foi para casa dos familiares, brincou bastante, mas não via a hora de voltar pra escola e na semana que antecedia a data começou a contar nos dedos os dias que faltavam, como aprendeu no ano passado. “Eu conheci novos amigos, isso é muito legal. Aqui eu também posso brincar no parque, aprender inglês e judô”.

Se há alguns estudantes que não gostam de matemática, a Maria Fernanda Rogoski Ferreira, de 10 anos, adora o mundo dos cálculos. Assim como todas as crianças que conversamos, ela aproveitou muito as férias, mas gosta da ideia de ir para escola. “Amei minha professora e os novos amigos, e aproveitei para reencontrar minhas amigas”, disse a estudante do ensino fundamental I do Poli.

Todos os alunos que conversamos tinham uma coisa em comum: o amor pelo universo escolar. Mas como isso não é uma regra geral, nesse sentido, o professor Caius disse que o período das férias é importante para que as crianças passem mais tempo com a família de sangue, enquanto que na escola, também é criada uma família, de coração. “É um convívio único, porque cada um tem a sua relação, as próprios negociações, e constroem a própria história”.

O professor disse, ainda, que as relações escolares ensinam sobre o cuidado com aquilo que usufruímos. “Eu falo para eles: ‘vamos cuidar da escola, vamos amá-la, vamos fazer com ela seja um lugar que gostamos de ficar’, por isso que ela é legal. É um tempo que passa tão rápido, então eles tem que aproveitar”, finaliza. 

Amigos para uma vida toda

O retorno para a escola significa a alegria em rever os amigos. Ah, os amigos.... eles são tão importantes para a gente, né? Diversos estudos comprovam que desenvolver amizades durante a infância serve de estímulo para as crianças.

A amizade entre as crianças na escola proporciona o desenvolvimento das habilidades sociais, pois elas aprendem a dividir seus brinquedos, materiais, o espaço que frequentam e a respeitar as diferenças, fazendo concessões e tendo empatia pelos colegas.

Mas, apesar dessa interação ser muito importante, tem de haver hora para tudo. É importante saber o momento de estar junto e de socializar, e também o momento de não poder conversar e estar em silêncio. Isso pode ser bem difícil em alguns períodos, mas o espaço escolar é um dos lugares onde se pode fazer amizade e aprender qual o momento certo de interagir ou se calar. (Thaís Marcolino)