Você já imaginou se as árvores tivessem sentimentos? Sentissem dor, alegria, compaixão? Ou se elas pudessem se comunicar? Reconhecessem umas às outras? Estou lendo um livro sobre isso, sobre todas essas coisas serem realmente possíveis.

Peter Wohlleben, um guarda florestal e engenheiro, passou anos observando o comportamento das árvores, e descobriu coisas lindíssimas sobre como elas vivem e se relacionam. Depois escreveu um livro contando todas as suas hipóteses, chamado: “A vida secreta das árvores”.

Uma leitura muito interessante, mas que não é um livro para crianças, portanto não é a minha indicação de hoje. Menciono ele aqui pelo motivo de tê-lo associado a uma outra história, que chegou na minha casa justamente enquanto eu -- motivada por essas ideias surpreendentes -- imaginava quão extraordinário seria se as árvores pudessem falar, ou melhor, se nós pudéssemos ouvi-las.

“Uma aventura do Velho Baobá” escrito por Inaldete Pinheiro de Andrade e ilustrado por Ianah Maia, conta a história de um grande Baobá, nativo das savanas da África, que decide atravessar o Oceano Atlântico para encontrar seus parentes.

Chegando ao seu destino e conversando com outras árvores, ele se depara com relatos de luta pela sobrevivência e abandono que o deixam muito emocionado, mas também encontra a esperança dos que nunca desistiram e continuam firmes no propósito de semear o futuro, para que novas mudas cresçam e agigantem-se no decorrer dos anos.

Entendeu porque eu associei um livro ao outro? No fundo tratam a mesma coisa, no quanto as árvores precisam ser vistas como seres vivos a serem respeitados, mais do que isso, reverenciados. Em especial o Baobá que é considerado um símbolo da resistência africana no Brasil. Ele pode chegar a viver mais de mil anos, é testemunha dos tempos antigos e um laço simbólico com o continente africano. “Uma aventura do Velho Baobá” é publicado pela Editora Pequena Zahar.