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Ocupando bem o espaço pequeno

03 de Fevereiro de 2019 às 21:36

Ocupando bem o espaço pequeno A ocupação racional de espaços pequenos é essencial. Colocar no papel ajuda muito. Crédito da foto: Divulgação

O modo de vida contemporâneo, com famílias cada vez menores, e o surgimento de muitas pessoas vivendo sozinhas - assim como as dificuldades econômicas -, têm feito com que a procura por moradias menores cresça. Assim, é cada vez mais comum morar em poucos metros quadrados - e as incorporadoras não deixaram de prestar atenção a este filão. Os lançamentos de apartamentos com áreas reduzidas crescem - a construtora e incorporadora Vitacon anunciou um de 10 m², ao custo de 99 mil reais, no centro de São Paulo, menor que uma van!

É a boa e velha quitinete que volta, repaginada e com ares glamurosos, que existia em duas versões. Com três cômodos (uma sala-quarto, uma cozinha-área de serviço e um banheiro), ou dois (um quarto-sala-cozinha-área de serviço e um banheiro, e que era chamado de JK).

Mas, aqui estamos falando de apartamento um pouco maiores, com até 80 m², digamos. Com quartos separados da sala.

Certamente, isso é um desafio para a arquitetura. Esse perfil de imóvel, compacto e prático, requer soluções de organização e aproveitamento de espaço para facilitar a vida dos moradores, e que agreguem qualidade de vida e bem-estar.

Ocupando bem o espaço pequeno O mesmo espaço dividido para duas funções com uma estante. Crédito da foto: Divulgação

Os arquitetos Renato Andrade e Erika Mello, do escritório paulistano Andrade & Mello Arquitetura, nos dão algumas idéias de como mobiliar e, mesmo, transformar a estrutura de um apartamento, para conseguir um ambiente enxuto, mantendo características pessoais e buscando conforto.

Quando se trata de imóveis compactos, cada centímetro ganha status de área útil. A marcenaria é aliada fundamental para não desperdiçar nenhum milímetro. “Todo o mobiliário deve ter uma função específica, estou falando de encaixes perfeitos e usos pré-definidos já no desenho do projeto”, afirma Renato Andrade. Remover o máximo de paredes e substituí-las por armários é uma forma de ganhar centímetros. “Com painéis deslizantes, móveis multiuso e peças embutidas, a marcenaria se torna uma aliada em lugares enxutos”, completa.

Assim, aproveitar as paredes até o teto é uma forma de conquistar ainda mais área. Estantes e armários posicionados estrategicamente são ótimos para abrigar cobertores, livros, e objetos que não são usados com frequência. Além da questão física, há que apostar, também, nos efeitos psicológicos. Apostar em teto e paredes pintados na mesma cor ajuda, pois dá a impressão de eliminar os limites e traz a ideia de unidade. “Piso único, teto nivelado e iluminação linear também forjam a sensação de continuidade”, afirma Erika.

Ocupando bem o espaço pequeno A cama que vira mesa de trabalho - ocupação inteligente de espaço. Crédito da foto: Divulgação

Espelhos ajudam nesses truques psicológicos. Usá-los em lugares especais como, por exemplo, dentro de móveis ou sobre prateleiras, pode contribuir para que os ambientes pareçam maiores e mais iluminados. E a organização racional da circulação é importante - posicionar estrategicamente as portas, uma em frente à outra, funciona bem.

Os chamados móveis dois em um devem ser usados -- o sofá que vira cama, a mesa que fica dobrada junto à parede e só é estendida na hora do uso. E é central que “móveis e acessórios sejam proporcionais ao tamanho do ambiente”, ressalta Erika. Não dá para ter uma cama king size num quarto de 3m por 3m. Ao mesmo tempo, deve-se evitar duplicidade de funções, como mesas de refeição em mais de um ambiente.

Boa sorte!

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