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Agro usa 25% do mercado de drones

28 de Janeiro de 2021 às 16:24
Da Redação [email protected]

Com os drones é possível monito­rar plantios, detectar problemas como pragas, melhorar manejo de pastagem e economizar. Crédito da foto: Divulgação

Você já deve ter ouvido  falar sobre “agricultura de precisão”. Um dos princi­pais gargalos que a tecnifi­cação do agronegócio bus­ca resolver é a capacidade de produzir alimentos para uma população que só cresce, sem aumentar a extensão de terras agricul­táveis -- o que traria pro­blemas ambientais.

Somos quase 7,6 bilhõ­es de pessoas no planeta! Até 2050, esse número de­ve ultrapassar a marca de 9,7 bilhões. Como alimen­tar tanta gente sem au­mentar o desmatamento? A resposta é: melhorando  a eficiência.

Para aumentar a pro­dução por área é preciso investir em tecnologias. Uma das que se destaca­ram nos últimos cinco anos foi a utilização de drones. Para você ter uma ideia, o agronegócio já é responsável por 25% do fa­turamento global da in­dústria de drones, ocu­pando a segunda posição entre os segmentos que mais utilizam esta ferra­menta, ficando atrás ape­nas do setor de Infraestruura (1º), mas à frente de setores importantes como: Transporte/Logística (3º), Segurança (4º) e Mí­dia/Entretenimento (5º).

Segundo dados divul­gados pela Pricewaterhou­seCoopers (PWC), o merca­do global de drones movi­mentou cerca de US$ 127 bilhões até 2020.

Mas porque a utilização de drones é tão importante no agronegócio? Segundo dados da Embrapa, confir­mados por medição via sa­télite da Nasa, o Brasil uti­liza 7,6% de seu território com lavouras (64 milhões de hectares). Somando aos quase 149 milhões de hec­tares de pastagens nativas ou implantadas, chegare­mos à marca de 213 milhõ­es de hectares destinados ao agronegócio. Somente com a utiliza­ção intensa de tecnologias de precisão e com baixo custo, seremos capazes de monitorar, estudar e atuar em uma área tão grande. O mapeamento de qualidade ajuda a reduzir os custos, minimizar os impactos ambientais e aumentar a produção. Isso tudo reflete no valor agregado dos pro­dutos, com ganhos expres­sivos de retorno econômi­co, social e ambiental.

Para acompanhar este avanço as empresas de tecnologia vêm desenvol­vendo softwares com capa­cidade de coletar, armaze­nar e analisar as mais va­riadas informações, desde uma análise precisa das condições químicas, físi­cas ou biológicas do solo, até o estudo do clima por georreferenciamento, pos­sibilitando a implantação de processos agrícolas au­tônomos antes e depois do plantio, por exemplo.

Com os drones é possí­vel detectar problemas na plantação, como uma in­festação inicial de pragas; melhorar o manejo de pas­tagem para garantir a pro­dução de biomassa com qualidade nutricional e disponibilidade suficien­tes para o gado; utilizar agrotóxicos de maneira mais econômica e segura;  entre tantas aplicações.

Toda essa versatilidade vem chamando a atenção. Estudos apontam que o uso de tecnologias na pro­dução agrícola gera um aumento de 15% a 20% na produtividade, sem falar na redução de custos com insumos. Isso impacta no preço, na qualidade final dos produtos e na rentabi­lidade do produtor.

Outro ganho importan­te, que pode inclusive im­pactar na imagem do agro­negócio brasileiro no mer­cado internacional, é o uso de drones em ações contra o desmatamento e no con­sumo racional de recursos naturais, como a água.