Anotações de vacinas devem estar atualizadas, conforme a idade da criança. Crédito da foto: Vinícius Fonseca (7/7/2020)

A Vigilância Epidemiológica, da Secretaria da Saúde (SES) de Sorocaba, alerta para a baixa cobertura vacinal para crianças com menos de um ano de idade. Segundo a SES, atualmente há cerca de 900 crianças com atraso de alguma vacina do Calendário Nacional, estabelecido pelo Ministério da Saúde.

De dez vacinas, somente duas ultrapassaram a meta no município, e entre as oito que estão abaixo, a contra a febre amarela é a de cobertura mais baixa entre os bebês: 50,05%. Para a SES, o motivo da baixa procura pelas vacinas nas 32 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade é a pandemia do novo coronavírus.

Por conta disso, a SES pede que os pais levem as crianças para atualizar a carteira de vacinação. O secretário da Saúde, Ademir Watanabe, afirma que podem ficar tranquilos ao procurar uma das UBSs para se vacinar. “Todas as unidades realizam a triagem na porta de entrada, separando os fluxos dos sintomáticos respiratórios e permitindo o atendimento das demais necessidades, respeitando os critérios de gravidade e prezando pela qualidade à assistência. A vacinação em dia é de extrema importância à população”, diz Watanabe.

Segundo os dados sobre as vacinas aplicadas em Sorocaba até início de junho, somente duas delas para crianças com menos de um ano atingiram e até utrapassaram a meta estipulada: BCG (imunização de 94,70% e meta de 90%) e pentavalente (118,52% e meta de 95%).

A vacina BCG protege o bebê contra a tuberculose, principalmente em relação aos tipos mais graves da doença. Já a pentavalente protege contra cinco doenças: tétano, hepatite B, coqueluche, difteria e meningite (causada pela Haemophilus influenza tipo B).

Entre as oito vacinas que ainda não atingiram suas metas de cobertura, a com índice mais baixo é a contra a febre amarela: 50,05% para meta de 100%. As demais que também estão com cobertura abaixo da meta são: rotavírus (82,75% e meta de 90%), meningo C (85,08% e meta de 95%), pneumo10 (85,5% e meta de 95%), VIP (80,80% e meta de 95%), SCR (82,81% e meta de 95%), hepatite A (82,81% e meta de 90%), e varicela (78,02% e meta de 80%).

Para aumentar a vacinação dos bebês, a SES informa que as UBSs realizam o controle das crianças de sua área de abrangência. “Ou seja, é feita uma busca ativa das crianças faltosas, principalmente por contato telefônico. A Secretaria da Saúde ressalta a importância de manter o cadastro atualizado nas UBSs e atualizar a situação vacinal”, aponta.

UBS do Vitória Régia

Paulo César levou o filho de 4 meses: “é só se prevenir”. Crédito da foto: Vinícius Fonseca (7/7/2020)

Na manhã de ontem, a reportagem do Cruzeiro do Sul esteve em duas UBSs para verificar a procura pela vacinação de crianças com menos de um ano de idade. Na unidade da Vila Haro, na zona leste, por volta das 10h30 não havia nenhuma criança sendo imunizada. Já na UBS do Vitória Régia, na zona norte, pelo menos três bebês estavam no local e foram vacinados por volta das 11h.

A dona de casa Ediane Alves levou a filha de quase um ano até a unidade de saúde para atualizar a carteira de vacinação. Ela disse que apesar da pandemia pensa na saúde da criança e tomou os cuidados necessários, como a máscara de proteção, e foi até a UBS. “É bem rápido para tomar a vacina e é muito importante para a minha filha e assim evitar algumas doenças”, conta.

Meire de Almeida Gonçalves também levou a filha de nove meses para ser imunizada na UBS do Vitória Régia. Ela também destaca a importância da imunização e disse que tomou os cuidados para ir até ao local.

O metalúrgico Paulo César Freire levou o filho de cinco meses para ser vacinado e disse que a caderneta de vacinação do bebê está em dia. “Apesar do coronavírus, a vacina das crianças é essencial. É só tomar os cuidados necessários e se prevenir.” (Ana Cláudia Martins)