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Vândalos criam clima de medo em escola no Jardim Marcelo Augusto

12 de Abril de 2019 às 23:03

Vândalos criam clima de medo em escola Os problemas aumentam na escola à noite, com algazarra até de madrugada. Crédito da foto: Divulgação

A Escola Municipal Lea Edy Alonso Saliba, no Jardim Marcelo Augusto, região do bairro Lopes de Oliveira, tem sido alvo de ações de vandalismo e de um clima de medo que prejudica as aulas e reuniões pedagógicas. As descrições partem de integrantes da comunidade escolar que preferem não se identificar e solicitam providências urgentes. Os efeitos do vandalismo podem ser vistos em vidros quebrados, toldos rasgados, pontos estourados em alambrados, gradis de canaletas de água arrancados, portão com chapas de metal em substituição a vidros.

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O acesso à quadra coberta no terreno, que fica ao lado do prédio da escola, é aberto dia e noite à entrada de crianças, adolescentes e adultos. Grande parte é composta de pessoas que não são alunos. Alguns entram com motos e caixas de som. Outros entram com bebidas e drogas. O cheiro de consumo de maconha, proveniente da quadra, é sentido até na portaria da escola. A algazarra é intensa, com movimentação constante de pessoas que entram e saem da escola.

Esse movimento provoca ruído intenso. No portão da escola, na rua Miguel Stefan, é comum a parada de motos e bicicletas. Alguns, por exibição de habilidades, empinam esses veículos. Tudo prejudica as aulas e a Hora de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTCP) realizada às quintas-feiras após o fim das aulas, a partir das 17h30. Nessa hora, professores, a direção e funcionários se reúnem para avaliar e fazer planejamentos dos trabalhos pedagógicos e também se colocam à disposição para atendimentos aos pais de alunos.

A movimentação de pessoas fica mais intensa à noite, mas durante o dia o problema também acontece, ao ponto de professores pedirem o fim das algazarras. Não adianta. O cadeado do portão da escola já foi estourado várias vezes. E o portão fechado não contém o acesso, porque pulam o muro. “Utilizar a quadra não é problema, o problema é que durante a madrugada ficam vandalizando a escola”, reclama uma funcionária.

Arrombamentos

Vândalos criam clima de medo em escola Tela danificada e vidro de sala de aula quebrado. Crédito da foto: Cortesia

Em março de 2019, a sala dos professores foi arrombada e materiais usados pelos professores para jogos pedagógicos com os alunos foram encontrados espalhado pelo chão. Também levaram uma cafeteira e um conversor digital de TV. Armários foram abertos.

Em dezembro de 2018, o alvo de arrombamento foi a secretaria da escola e levaram um computador. No ano passado, o carro de um professor foi furtado na rua em frente à escola.

O portão de entrada do prédio da escola tinha sete cavidades de vidros. Agora são só três espaços com vidros na parte superior do portão, porque quatro espaços na parte inferior foram obstruídos com chapas de metal. A medida foi tomada porque os vidros viviam quebrados.

Quem percorre o entorno do prédio da escola, na parte interna do terreno, depara com partes de alambrados e toldos danificados, pontos de vidros quebrados em janelas, além de vários pontos de pichações nas paredes. Todas as janelas são reforçadas com grades. Mesmo assim, na secretaria, armários são colocados à frente da janela como forma de dificultar qualquer tentativa de acesso pela parte externa.

Solicitações

Vândalos criam clima de medo em escola Até motocicleta de pessoas de fora é estacionada dentro da escola. Crédito da foto: Cortesia

A comunidade escolar admite que tudo isso gera um clima de medo. Informam que já comunicaram o problema à Guarda Civil Municipal (GCM) e à Secretaria da Educação (Sedu). Como reação, a Guarda Civil faz a travessia de alunos na avenida Manuel de Camargo Sampaio, às 7h e ao meio-dia, mas isso não é suficiente. Reivindicam rondas da GCM com mais frequência na escola, inclusive durante a hora do HTCP.

A situação chegou a tal ponto que o programa de alfabetização de jovens e adultos, realizado na escola à noite, foi transferido do prédio principal para outro prédio no terreno da escola, que fica próximo à avenida Manuel de Camargo Sampaio. A diferença é que este segundo prédio fica junto à avenida movimentada.

A escola tem quase mil alunos (é o que informa a comunidade escolar) do 1º ao 5º ano do ensino fundamental. As aulas começam às 7h e a saída do período da tarde é às 17h30. Só o programa de alfabetização de jovens e adultos funciona à noite.

Os problemas na escola são antigos. Em janeiro de 2008, época de férias escolares, houve apreensão de drogas naquela unidade.

Mas há também lado bom. No ano passado, por ocasião do aniversário de Sorocaba, alunos da mesma escola foram destaque do suplemento infanto-juvenil do Cruzeiro, o Cruzeirinho, por terem elaborado o projeto “Sorocabulário”, no qual eles pesquisaram uma série de palavras utilizadas na cidade no dia a dia e montaram uma espécie de painel, com todos os significados.

O que diz a Prefeitura

Em nota, por meio da Secretaria de Comunicação e Eventos (Secom), a Secretaria da Educação (Sedu) informou que as manutenções cotidianas da escola são realizadas em parceria com a Secretaria de Conservação, Serviços e Obras (Serpo), de acordo com o orçamento das pastas.

“Mensalmente a Sedu disponibiliza às unidades a Verba de Adiantamento para despesas emergenciais e miúdas”, acrescenta a nota, também informando: “Há uma revisão de projeto de reforma na unidade para atualização da planilha orçamentária e estudo de início do processo licitatório dentro das possibilidades financeiras da Sedu em andamento.”

A GCM, também por meio da Secom, informa que “intensificará o patrulhamento no local”. (Da Redação)

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