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Sorocaba deve ter alta nos casos de covid-19 e falta de leitos nos próximos 15 dias

25 de Junho de 2020 às 00:12

Análise de amostras para o novo coronavírus. Crédito da foto: Rodrigo Buendia / AFP

As duas próximas semanas da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) devem ser as mais difíceis para a população de Sorocaba e para os profissionais da linha de frente. Essas impressões foram transmitidas nesta quarta-feira (24), em uma videoconferência que reuniu profissionais da área da saúde para discutir os impactos da doença no Estado de São Paulo e traçar um panorama do atendimento hospitalar de pacientes infectados pela Covid-19.

Organizado pelo deputado federal Vitor Lippi (PSDB) e representantes das secretarias municipal e estadual da Saúde, o debate contou com membros de hospitais da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS). Atendendo às recomendações contra aglomerações, o debate foi realizado virtualmente.

Representando o governo estadual, a diretora do Departamento Regional de Saúde 16 (DRS-16), Kelly Schettini, comentou sobre o aumento no número de casos confirmados e a necessidade de adesão dos munícipes no combate da doença. “O controle da pandemia depende não só das ações de contingenciamento do Estado como do comportamento da população”, declarou.

Encontro entre representantes de hospitais e das secretarias municipal e estadual de saúde foi virtual. Crédito da foto: Fábio Rogério (24/6/2020)

Avanço esperado

O diretor técnico da Santa Casa, Fernando Brum, avaliou que o avanço da doença no interior já era esperado, pela proximidade com a capital paulista. Atualmente, a cidade se aproxima do colapso da rede pública de saúde, com 100% de ocupação dos leitos das Unidades de Terapia Intensiva (UTI). “É uma fase que Sorocaba vai passar pelas próximas duas semanas com altos índices de contaminação e de procura de leitos hospitalares”, previu o médico.

A falta de profissionais qualificados e o aumento nos preços de insumos utilizados pelos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) foram alguns dos assuntos da noite. “Muitos dos nossos funcionários ficaram doentes e estão afastados. Não é fácil, porque não é todo mundo que consegue trabalhar em uma UTI. Há uma sobrecarga e as pessoas estão exaustas”, refletiu o gestor da Santa Casa de Sorocaba, padre Flávio Jorge Miguel Júnior.

Mais caros

Sobre os preços, o responsável pelo Hospital Adib Jatene, referência no atendimento de Sars-Cov-2 na RMS, Carlos Oliva, disse que alguns medicamentos utilizados no tratamento dos pacientes registraram aumento de 1.800%. “Não há nenhuma justificativa dessa variação pela lei da oferta e da demanda”, criticou o médico.

Além dos representantes de saúde, o encontro virtual foi aberto à participação da imprensa e dos munícipes, que enviaram suas perguntas durante o debate. Cerca de 100 internautas participaram das discussões sobre o tema. (Wesley Gonsalves)

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