Prefeitura realiza reunião emergencial sobre a paralisação do transporte coletivo
Uma reunião no sexto andar do Paço Municipal está ocorrendo neste sábado (25) na Prefeitura de Sorocaba para discutir a questão da paralisação do transporte coletivo em Sorocaba. A reunião foi convocada pela prefeita Jaqueline Coutinho (PSL) com demais integrantes do secretariado municipal, mas o evento é fechado para a imprensa.
O Cruzeiro do Sul questionou a Prefeitura de Sorocaba nesta manhã sobre o impasse da paralisação do transporte público na cidade, mas até o momento não foi enviada resposta. Já a Urbes Trânsito e Transportes informa que lamenta que as negociações entre sindicato e empresas tenha atingido extremos e que a população esteja, mais uma vez, sendo prejudicada por outra paralisação do transporte coletivo.
"Vale destacar que a Prefeitura de Sorocaba mantém o subsídio ao Sistema de Transporte Coletivo, mesmo com a menor frota circulante neste momento de isolamento social. O objetivo do repasse integral é justamente dar fôlego às empresas para que cumpram com suas obrigações trabalhistas. A queda de demanda de passageiros em tempos de pandemia foi de aproximadamente 90%", diz a empresa pública. A Urbes disse ainda que irá se posicionar sobre o resultado da reunião emergencial somente após o término da mesma.
A paralisação do transporte coletivo continua na manhã deste sábado em Sorocaba. O retorno dos ônibus estava previsto para as 16 horas desta sexta-feira (24), mas os veículos não rodaram. E, desta vez, não há data para retorno das atividades. O Terminal Santo Antônio, o maior da cidade, estava totalmente vazio nesta manhã e sem movimento por conta da paralisação do transporte coletivo.
Também nesta manhã, o Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região informou que os trabalhadores em transporte urbano continuam em protesto contra a falta de pagamento de salário e a tentativa das empresas de fazer demissão em masa por meio de telegrama. "A negociação entre sindicato e as empresas Consor e STU permanece em andamento. Os trabalhadores só retornarão à atividade após a resolução dos problemas", afirma.
A situação afeta os serviços das duas concessionárias que operam na cidade — Sorocaba Transportes Urbanos (STU) e Consórcio Sorocaba (Consor). Na noite desta sexta, o sindicato da categoria divulgou nota informando que, até o momento, a negociação com as empresas não avançou para um acordo.
Os serviços foram suspensos no início da tarde desta sexta-feira (24), quando o sindicato enviou nota aos trabalhadores da categoria pedindo que os motoristas deixassem os ônibus nos terminais Santo Antônio e São Paulo e fossem para casa. Eles já haviam parado por quatro horas no dia anterior para uma assembleia sobre o impasse com as empresas. O retorno dos ônibus estava previsto para as 16h, o que não ocorreu.
As operadoras dos dois lotes do transporte coletivo de Sorocaba comentaram a situação no início da noite de ontem. Elas pedem desculpas à população pela falta de transporte, esclarecem que foram “surpreendidas” pela paralisação dos trabalhadores e afirmam que estão enfrentando uma grave situação de arrecadação devido à pandemia da Covid-19. “O isolamento social gerou a queda no transporte de passageiros e, consequentemente, impactou no faturamento das empresas”, continua o documento.
“Recebemos o apoio financeiro da Prefeitura que ajudará somente em parte do pagamento das despesas referente a circulação de 40% da frota, porém para os 60% restantes não há recurso disponível em caixa”, acrescenta.
“Diante da realidade e contrário à vontade das empresas, não temos outra opção senão dispensar parte dos colaboradores. Lamentamos profundamente essa medida, mas foi a única solução encontrada para que alguns postos de trabalho sejam preservados e evitemos o fechamento total da operação pela falta de subsídio”, argumentam as empresas.
Sorocaba está sem transporte coletivo
“Aproveitamos a oportunidade para explicar que o sindicato aceitou o acordo com base na Medida Provisória 936/2020 para a redução de salarial conforme a carga horária de trabalho. Porém, a entidade deseja que o rodoviário trabalhe metade e exige que receba a remuneração total. O que não é possível pela falta de caixa das empresas. A proposta colocada pelas empresas é a condição possível para o atual momento”, acrescenta.
O Consor e a STU também declararam repúdio à violência e depredação que teria ocorrido na garagem da STU na tarde de ontem. “Soluções devem ser buscadas por meio do diálogo e da união. Para nós, cada profissional representa uma família e sabemos que todos são importantes, por isso, seguimos firmes com o propósito de fazer o melhor dentro das nossas possibilidades e deveres”. Por sua vez, o Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região negou a depredação.
Sobre a paralisação, a entidade afirmou que as negociações continuam emperradas porque as empresas do transporte urbano de Sorocaba encaminharam telegrama com “comunicado de demissão” para algumas dezenas de trabalhadores. “A intenção das empresas é de demitir cerca de 60% da categoria. O sindicato não aceita a demissão de nenhum trabalhador”, adverte.
O sindicato afirma que aceitou “com ressalvas” a adesão da Consor e da STU à Medida Provisória 936/2020, mas que elas não pagaram parte do salário referente ao mês de março (no 5º dia útil de abril) e nem o adiantamento no último dia 20. Por isso, “os trabalhadores manterão, por tempo indeterminado, a paralisação em protesto contra a intransigência das empresas.” (Da Redação)