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Secretários atuais e ex da Saúde depõem para CPI

12 de Fevereiro de 2020 às 00:01
Marcel Scinocca [email protected]

Secretários atuais e ex da Saúde depõem para CPI Ademir Watanabe. Crédito da foto: Emídio Marques (27/09/2019)

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura escassez de recursos na área da Saúde, em Sorocaba, em 2019, ouviu três pessoas nesta terça-feira (11). Entre os depoentes, dois secretários municipais.

Kelly Schettini, ex-secretária de Saúde de Sorocaba, foi a primeira a depor. Segundo ela, a implantação da terceirização da Saúde na cidade, ou gestão compartilhada, foi feita de maneira técnica. Ela também foi questionada sobre o fato de a instituição vencedora da gestão da UPH Norte e Oeste, ter sido inabilitada num primeiro momento do chamamento público e habilitada em outro. Ela não soube responder. “Me portei nos relatórios que a comissão me passou”, diz. Essa comissão era formada por servidores da área de Saúde e de Licitações. A Comissão Parlamentar pedirá à Prefeitura de Sorocaba documentos referentes ao caso.

Ainda conforme ela, o projeto inicial previa o fechamento de algumas unidades de Saúde, como, por exemplo, o UPH Leste e o Pronto Atendimento do bairro São Guilherme. Ela falou também que a gestão compartilhada não tinha previsão orçamentária e que houve a necessidade de suplementação, que foi aprovada pela Câmara.

Sobre a crise financeira de 2019, Kelly afirmou que não acredita que foi problema de gestão, mas de gastos que não deveriam ocorrer, mas ocorreram. A ex-secretária também foi questionada sobre possíveis desvios ou compras duvidosas de medicamentos, no que Kelly negou ter conhecimento. O depoimento dela durou 1 hora e 25 minutos.

Na sequência, prestou depoimento Marcelo Regalado, secretário municipal da Fazenda. “Para quem nós estamos devendo, em 2019?”, questiona Regalado a Iara Bernardi (PT), relatora da Comissão, ao ouvir dela comentários de que ele tranquilizou a população e a prefeita sobre a questão financeira da cidade em agosto do ano passado. Naquele momento, já não havia problemas no orçamento da pasta.

Regalado também afirmou que houve superávit de R$ 29 milhões de 2018 que foram utilizados em 2019. Além disso, outros R$ 28 milhões foram suplementados do orçamento dos recursos próprios.

Atualmente, conforme Regalado, há menos recursos que no ano passado para a pasta. O depoimento do titular da Fazenda durou cerca de 40 minutos.

Ademir Watanabe, atual secretário de Saúde, foi o último a depor e o depoimento mais curto, de cerca de 25 minutos. Ele abriu falando que novos serviços, como odontologia e pediatria, foram inseridos na UPH Norte.

O atual secretário também defendeu a gestão compartilhada na Policlínica. Watanabe disse ainda que não referendou a contratação do Cies Global, em 2017, e do Instituto Diretrizes, no ano passado. “Eu não posso ser responsabilizado pela contratação do Instituto Diretrizes. Eu não estava aqui”, lembra.

Hudson Pessini (MDB), presidente da CPI, e Iara Bernardi, não descartam ouvir integrantes de governos anteriores, já que nesse período houve a contratação de uma empresa que é um dos alvos da CPI. Os depoentes desta terça-feira também podem retornar à Câmara para novos depoimentos. (Marcel Scinocca)