Comerciantes de Votorantim pedem por estacionamento rotativo

Projeto precisa de estudos da prefeitura; situação divide moradores

Por Cruzeiro do Sul

Intenção é melhorar a fluidez do trânsito e a rotatividade das vagas na avenida 31 de Março

A possibilidade de mudanças no estacionamento da avenida 31 de Março, em Votorantim, tem dividido opiniões entre comerciantes, trabalhadores e moradores da região. O tema voltou à discussão após comerciantes relatarem dificuldades causadas pela ocupação prolongada das vagas por funcionários e lojistas, o que reduziria o acesso de clientes ao comércio local.

O relojoeiro Wagner Luiz dos Santos, que atua há mais de 40 anos em Votorantim, conta que, junto a outros comerciantes da avenida, pleiteou junto à prefeitura o retorno da zona azul no local. Segundo ele, a maior parte das vagas é ocupada durante todo o dia pelos próprios trabalhadores da região, o que afasta consumidores. “Muitos clientes deixam de comprar porque não encontram vaga e acabam procurando outros comércios”, afirmou.

De acordo com Wagner, a solicitação teria sido aceita pelo Executivo municipal. Ele relatou ainda que o grupo chegou a auxiliar na busca por empresas para administrar o estacionamento rotativo e que havia a expectativa de início da pintura das vagas, com funcionamento do sistema a partir de janeiro de 2026, sob fiscalização da Guarda Civil Municipal.

Em nota, a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) informou que existe um projeto para melhorar a fluidez do trânsito e a rotatividade das vagas na avenida 31 de Março, mas esclareceu que não há previsão de cobrança pelo uso do estacionamento, pois ainda é necessário regulamentação e publicação em Diário Oficial.

Até o momento, a prefeitura não divulgou prazos nem detalhes sobre a execução do projeto, reforçando apenas que a iniciativa em estudo busca melhorar a mobilidade urbana, sem implantação de cobrança aos motoristas.

Opiniões divididas

Entre os moradores, a proposta não é consenso. Adriana Guerra, moradora da região, se posicionou contra a implantação de um sistema de zona azul. Para ela, a medida pode dificultar a rotina de quem precisa realizar compras rápidas. “Às vezes você não tem tempo de ir e voltar e já tem notificação. Isso acaba impactando no bolso”, disse.

Já parte dos comerciantes vê a mudança de forma positiva. Jucelia Glauth, comerciante há cerca de 20 anos na avenida, afirmou que a rotatividade pode beneficiar o comércio. “Esse é um problema recorrente. Com mais vagas livres, sobra espaço para os clientes. Hoje muita gente deixa de comprar porque não consegue parar”, afirmou.

Trabalhadores que atuam na região também avaliam a proposta como necessária. O encarregado de obras Paulo de Souza Mascarenhas defende a organização do estacionamento. “Tem muito carro que fica parado o dia inteiro. Com a rotatividade, melhora bastante para quem precisa parar rápido, comprar alguma coisa e seguir”, comentou. (Caroline Mendes)