Tutora de cachorra envenenada em Salto faz alerta

Segundo ela, a suspeita é de que o animal de estimação tenha ingerido pedaços de salsicha com chumbinho em uma praça próxima a uma creche

Por Da Redação

O caso de Bella não é isolado

A dor de perder um animal de estimação é devastadora — ainda mais quando há sinais claros de crueldade envolvida. A moradora de Salto, Aline Trivinho Pereira da Silva, de 37 anos, viveu essa experiência no último dia 21 de junho, quando sua cachorrinha Bella, de 8 anos, morreu após um passeio na Praça José Chiacherini, no bairro Jardim Santa Marta.

“Ela era parte da nossa família. Começou a passar mal logo depois do passeio. Corremos com ela, mas não resistiu. A sensação de impotência é horrível”, relata Aline.

Segundo ela, a suspeita é de que Bella tenha ingerido pedaços de salsicha com chumbinho — veneno frequentemente usado contra ratos, mas extremamente tóxico para qualquer animal. A praça onde tudo aconteceu já era alvo de denúncias por parte de moradores, e é vizinha de uma creche onde há circulação constante de crianças. “É revoltante. Além dos animais, quem garante que isso não vai acabar afetando uma criança? É muito perigoso. Estamos falando de veneno espalhado no chão”, alerta.

Crueldade recorrente

O caso de Bella não é isolado. Postagens em redes sociais revelam que, só em junho, pelo menos dez cães e gatos foram vítimas de envenenamento na cidade. Além da Praça José Chiacherini, outra área crítica apontada por moradores é a praça no cruzamento das ruas Antônio de Sousa Carvalho e Bento Maciel Parente, também no Jardim Santa Marta.

Em um dos casos relatados, um cão chegou a receber atendimento emergencial, mas não sobreviveu. A médica veterinária Luana Matias, que atendeu três das ocorrências em sua clínica, alerta para os sintomas mais comuns: vômitos, tremores, salivação excessiva e apatia. “É essencial buscar ajuda veterinária imediatamente. Qualquer minuto conta”, reforça. Para Aline, a sensação no bairro é de medo constante. “A gente tem medo até de passear com o cachorro. Como tutores, a gente se sente sem proteção. A praça deveria ser um lugar seguro”, lamenta.

Em nota, a Prefeitura de Salto afirmou que está ciente das denúncias. Embora não exista um protocolo oficial, um processo investigativo foi iniciado com apoio da Guarda Municipal e da Secretaria de Meio Ambiente. Os detalhes, segundo o comunicado, estão sob sigilo para não atrapalhar a apuração.

Enquanto isso, os moradores pedem providências. “Queremos câmeras, rondas, responsabilização. Isso não pode continuar”, conclui Aline.