Curiosidade
Tamanduá visto andando nas ruas de Pilar do Sul é resgatado e passa por exames
O animal foi levado para o Núcleo da Floresta, em São Roque, e após avaliação médica será devolvido ao habitat natural

Um tamanduá-bandeira foi visto andando pelas ruas da região central de Pilar do Sul na madrugada de segunda-feira (3). O animal também foi flagrado entrando no estacionamento de um hotel antes de ser resgatado pela equipe do Bem-Estar Animal com o apoio da Guarda Civil Municipal (GCM). Em seguida, foi encaminhado ao Núcleo da Floresta, em São Roque, onde passa por avaliação médica antes de ser devolvido para seu habitat natural.
Assim que chegaram na cidade e avistaram o animal, aplicaram a sedação e o levaram para São Roque para receber o atendimento adequado. Foi verificado que o tamanduá tinha algumas escoriações, possivelmente oriundas de cachorros. "Agora estamos fazendo uma avaliação completa para devolvê-lo em condições o mais rápido possível para o seu ambiente. Não tem um prazo para isso", explica Rafael Mana, responsável pelo Núcleo da Floresta.
Conforme Mana, o aparecimento do animal na área urbana deve ter ocorrido pelas fortes chuvas que atingem diversos municípios nos últimos dias. "Provavelmente o lugar em que ele estava teve alguma intervenção por causa da chuva, ele acabou se perdendo e aí apareceu na região central da cidade", complementa.
Passeio 'de boas'
O animal andava pela rua Tenente Almeida, próximo a praça Coronel Fernando Prestes, quando foi flagrado por um morador. Depois, a espécie, que é ameaçada de extinção, foi vista andando no Hotel Central de Pilar do Sul. Segundo funcionários, ninguém chegou a ver o tamanduá pessoalmente e só souberam que entrou na garagem do estabelecimento quando foram checar as câmeras de segurança.
Ainda conforme relatos, o tamanduá não ficou muito tempo na garagem e, tão logo, por volta das 5h15 da manhã de segunda-feira (3), saiu do hotel em direção à uma rua lateral.
Encontrei um tamanduá, e agora?
O tamanduá-bandeira, apesar de parecer 'fofo', calmo e inofensivo muitas vezes, guarda uma grande força, podendo causar graves acidentes. Por isso, não é indicado tocar no animal quando avistado.
O responsável pelo Núcleo da Floresta cita, ainda, que é prudente deixar os cachorros presos e deixar o animal silvestre seguir seu caminho, acionando as autoridades competentes na captura. "Não se deve prender o animal, 'abraçar', segurar ou deixar amarrado, de jeito nenhum", diz. "O único risco dele são as garras e elas tem uma força absurda e pode, seriamente, machucar uma pessoa", complementa.
Apesar de apresentar um comportamento potencialmente agressivo quando provocado, Mana esclarece que o tamanduá "não ataca de jeito nenhum. Não é um animal com uma índole agressiva, é um animal extremamente tranquilo. Ele é na dele, não mexe com ninguém, não vem pra cima. Mas como todo animal silvestre, se defende."
Impacto na fauna
O aparecimento de animais silvestres em áreas urbanas traz um alerta sobre o impacto que a fauna vem sofrendo nos últimos anos. Conforme Mana, as pessoas precisam entender que os humanos invadiram os espaços que eram dos animais, e não o contrário.
"E essa fauna está tentando sobreviver, se adaptar a essas alterações e muitas vezes eles acabam se perdendo e aparecendo nesses nessas regiões centrais, gerando esse conflito com a população", explica o gestor do Núcleo.
Por fim, Mana diz que a partir desse choque, as pessoas precisariam ver a situação com olhares de preocupação. "Esses animais são a resposta do meio ambiente para as intervenções que nós mesmos estamos fazendo", conclui.