Os moradores do bairro Jardim Serrano, em Votorantim, participaram, ontem (8), do mutirão de combate à dengue e acidentes com escorpião. A ação foi realizada pela prefeitura do município, em parceria com o Instituto Moriah e com a Universidade Brasil, e contou com a participação de mais de 50 pessoas ligadas às áreas da saúde, cidadania, meio ambiente e serviços públicos.

Durante a manhã, os agentes foram distribuídos pela região para manter contato direto com os moradores, com o objetivo de orientar sobre a eliminação dos possíveis abrigos de escorpiões.

“Por se tratar de um bairro carente, nós precisamos abordar de uma forma mais personalizada”, explica a estudante de medicina, Mayara Artiaga. “Portanto, falamos mais sobre a questão do lixo e entulhos acumulados nas casas, porque é o lugar que os escorpiões mais procuram, devido à presença de insetos, o seu principal alimento”.

De acordo com Mayara, a situação da dengue parte do mesmo princípio, uma vez que o lixo acumula água parada. “Nós orientamos sobre coisas preveníveis, que nós conseguimos diminuir o fluxo para o sistema de saúde e, portanto, não gera acúmulo de demandas”, afirma.

Em Votorantim, já foram notificados 741 casos de dengue em 2024, sendo 326 positivos. Já em relação ao escorpião, o município acumula cinco acidentes, sendo dois com crianças que residem no Jardim Serrano - um dos indicadores decisivos para a realização do mutirão no bairro.

Fatores como umidade e o clima quente também influenciam na proliferação de escorpiões. Durante o mutirão, os agentes encontraram muitos insetos, como coró e baratas, que servem de alimentos e atraem o animal.

Orientações

Além do cuidado com o lixo, a estudante de medicina também orienta que os moradores tenham um cuidado especial com portas e janelas. É preciso vedar as frestas e arestas, para impedir a entrada tanto do animal peçonhento quanto de insetos.

“É importante, também, sempre que forem manusear ou limpar objetos guardados em quintais e em contato com o chão, ter cuidado e usar luvas. Apesar das luvas não prevenirem a picada, pode diminuir o dano”, recomenda Mayara.

Os cuidados com crianças menores de dez anos deve ser redobrado, pois se trata da população de risco, principalmente as que estão na primeira infância e ainda não falam. “A picada de escorpião não forma uma ferida no primeiro momento, então os primeiros sinais serão sistêmicos, de muito choro e, em algumas ocasiões, febre. Mas o choro é o primeiro sinal”, alerta ainda a estudante de medicina.

O trabalho também teve a participação de dez agentes de controle de endemias da Zoonoses, dez agentes comunitários de unidades de Estratégia Saúde da Família (ESF), assim como de funcionários de diversas secretarias da Prefeitura de Votorantim. Além da Mayara, a ação também contou com auxílio de outros alunos de medicina, sob a orientação dos preceptores Nágela Rayane Lopes Viccini e Gabriel Pires Vieira Júnior.

O mutirão terá sequência na próxima quinta-feira (15), com a limpeza de áreas verdes por parte da Secretaria de Serviços Públicos (Sesp). Um caminhão da Prefeitura também passará pelo bairro para recolher restos de materiais de construção e madeiras que a população deverá colocar nas calçadas. (Beatriz Falcão - programa de estágio)