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Primeiro escalão da Prefeitura teve mais de 100 mudanças em 3 anos

05 de Janeiro de 2020 às 00:01
Ana Claudia Martins [email protected]

Primeiro escalão da Prefeitura teve mais de 100 mudanças em 3 anos Para especialistas em políticas públicas, as frequentes substituições de secretários na Prefeitura prejudicam, sobretudo, a população. Crédito da foto: Aldo V. Silva / Arquivo JCS (15/3/2016)

As alterações no primeiro escalão da Prefeitura de Sorocaba desde o início do atual governo, em 2017, até final do ano passado, somaram 109 trocas, envolvendo mais de 70 nomes de secretários municipais, além de ocupantes de outros cargos. Pelo menos 17 alterações ocorreram somente entre setembro e dezembro de 2019. E de janeiro de 2017 até 22 de agosto de 2019 foram mais 92 mudanças, somando as 109. Uma das secretarias que mais teve troca de nomes foi a de Cultura, com sete titulares diferentes. Outra pasta que também teve vários secretários é a da Saúde, onde já passaram pelo menos cinco nomes. Para os especialistas em políticas públicas, a “dança das cadeiras” no secretariado da Prefeitura atrapalha os projetos e ações em desenvolvimento pelas pastas, prejudicando, sobretudo, a população que depende dos serviços públicos municipais.

Por conta da reforma administrativa no Paço Municipal, após a aprovação pela Câmara, em dezembro, quatro secretarias foram extintas, além de uma autarquia, entre outras extinções e criações de cargos. Foram, então, 11 mudanças no primeiro escalão da Prefeitura, entre secretários que deixaram seus cargos e outros que foram substituídos. Seguem alguns exemplos: o advogado Márcio Rogério Dias deixou o cargo porque a Secretaria do Gabinete Central foi extinta com a reforma. Outra exonerada foi Thais Romão, que ocupava cargo na Corregedoria Geral do Município, e que foi substituída por uma funcionária de carreira, Adriana de Oliveira Rosa.

Com a criação da Controladoria Geral do Município quem assumiu foi José Marcos Gomes Júnior. A Secretaria de Administração, nova nomenclatura da antiga Secretaria de Licitações e Contratos (SELC), tem como titular José Carlos Cuervo Júnior, que respondia pela Secretaria de Recursos Humanos (SERH). A ex-secretária da SELC, Marlene Manoel da Silva Leite, permaneceu nos quadros da Prefeitura, pois é funcionária de carreira.

Na SERH, quem assumiu foi Suélei Gonçalves Flores, que deixou a Secretaria de Cidadania e Participação Popular (Secid). O atual titular da Secid é Paulo Henrique Soranz, que antes respondia pela Secretaria de Igualdade e Assistência Social (Sias), extinta pela reforma administrativa. Com a desativação da Investe Sorocaba, Maurício Campanati, que presidia a Agência, foi atuar na Urbes - Trânsito e Transportes.

Com a extinção da Secretaria de Abastecimento, Agricultura e Nutrição (Seaban), o ex-secretário Jorge Vieira passou a desempenhar a função de Diretor de Área. O delegado José Humberto Urban Filho também foi convidado a continuar no governo, mesmo com a extinção da Secretaria de Política sobre Drogas (Sepod). Urban foi chamado para ocupar uma Diretoria de Área.

Fato inédito

Levantamento feito pelo Cruzeiro do Sul em 22 de agosto de 2019 apontou que desde o início do atual governo em janeiro de 2017 até agosto do ano passado tinham sido ao menos 92 mudanças, envolvendo pelo menos 65 nomes. Um fato que nunca se viu na história da administração pública de Sorocaba. Em menos de três anos, o Executivo sorocabano fez mais mudanças que o primeiro governo de Getúlio Vargas, que durou 15 anos.

Até então, a Secretaria de Educação era a que tinha apresentado o maior número de trocas. Na administração 2017/2020 ela foi iniciada por Marta Cassar. Em agosto de 2017 passou para Wanderlei Acca. Após, foi ocupada novamente por Marta Cassar, até que Mário Bastos assumisse. Ele ficou até André Gomes assumir. No início de agosto, Wanderlei Acca foi nomeado novamente para o cargo.

Já na Saúde, no mesmo período, foram cinco trocas. Sérgio Alexandre de Oliveira assumiu em janeiro de 2017. No mesmo mês, a pasta passou a ser gerida por Rodrigo Moreno, até que Ademir Watanabe assumiu em agosto do mesmo ano. Com a saída da Watanabe, entra no cargo Marina Elaine Pereira, permanecendo até maio de 2019, quando assumiu Kely Schettini. Atualmente Ademir Watanabe ocupa novamente o cargo.

Situações inusitadas

Desde o início do governo José Crespo (DEM) e depois com a prefeita Jaqueline Coutinho as situações mais diversas já ocorreram na atual administração. Teve secretário que ficou somente um dia na pasta: Osmar Thibes, na Secretaria de Abastecimento e Nutrição. Depois, foi nomeado secretário de Recursos Humanos. Gilberto Antunes ficou na Secretaria de Cultura por poucos dias. No início do governo Crespo, em janeiro de 2017, o médico Sérgio Alexandre de Oliveira, titular da Saúde, ficou apenas uma semana no cargo.

Houve ainda os secretários que deixaram o cargo em meio a escândalos. Caso de Werinton Kermes e Eloy de Oliveira, que eram titulares da Cultura e da Comunicação, respectivamente, citados na operação Casa de Papel, em abril de 2019. Situação que envolveu também o então secretário de Licitações e Contratos, Hudson Zuliani, que foi exonerado, como Marinho Marte, que estava afastado por decisão judicial. (Ana Cláudia Martins)