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Prefeitura vai acionar novamente a Justiça para o retorno dos ônibus

25 de Março de 2020 às 19:02

Prefeitura vai acionar novamente a Justiça para o retorno dos ônibus Terminal Santo Antonio, o maior de Sorocaba, totalmente vazio. Fábio Rogério (23/3/2020)

O transporte coletivo de Sorocaba permanece totalmente paralisado. Até o início da noite desta quarta-feira (25), nenhum ônibus circulava nas ruas da cidade.

A paralisação permanece apesar da decisão judicial para o retorno da circulação dos ônibus. Ela foi determinada terça-feira (24) pelo Tribunal Regional do Trabalho da 15ª região, o TRT de Campinas.

A Prefeitura de Sorocaba, por meio da Urbes, informou que irá novamente acionar a Justiça informando o descumprimento da liminar. Até o momento, não houve desdobramento, como aplicação de penalidades ou chamamento para reunião de conciliação.

As empresas STU e Consórcio Sorocaba, que operam no sistema de transporte urbano da cidade, e portanto são responsáveis pelo cumprimento da determinação da decisão judicial. foram procuradas. Ambas não atenderem a reportagem.

Nas empresas foram feitos contatos telefônicos nos períodos da manhã e da tarde, mas os atendentes disseram que nenhum integrante da diretoria estava presente ou disponível. Nas duas empresas, a reportagem deixou recado e número de contato, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

A Urbes espera que a situação seja resolvida o quanto antes, “pois as pessoas que trabalham em serviços essenciais, neste momento de calamidade pública, são as mais prejudicadas”. A empresa pública ainda acrescentou, em nota, que “conta com o bom-senso e responsabilidade por parte do sindicato da categoria”.

A prefeita Jaqueline Coutinho (PSL) divulgou uma “carta aberta à população de Sorocaba”. Nela, classifica a paralisação total do transporte coletivo como “ato de radicalismo adotado pelo sindicato da categoria e ilegal, neste momento de calamidade pública, como o que estamos vivendo”.

No texto, a chefe do Executivo acrescenta que diante da paralisação de 100% desse serviço essencial à população, “quem mais sofre são os profissionais que precisam do transporte coletivo para ir ao trabalho”. Ela calcula que “são 399 funcionários da saúde pública que dependem do transporte coletivo para ir às UBSs e UPHs, por exemplo”.

Sindicato

O Sindicato dos Rodoviários foi procurado pela reportagem, mas não retornou o contato. No site da entidade sindical, um bunner aparece com mensagens como “Críticas hoje, vidas salvas amanhã”, “Parar o transporte para deter o Coronavírus” e “Se os prefeitos não têm coragem de tomar uma atitude mais enérgica para impedir a morte de centenas de pessoas, nós temos”.

Histórico

Os ônibus deixaram de circular em Sorocaba e outras 42 cidades da região no final da manhã de segunda-feira (23). Os motoristas encerraram as atividades por orientação do Sindicato dos Rodoviários.

A entidade determinou a paralisação por 15 dias. Alegou que a medida foi tomada por conta do agravamento do quadro de propagação do novo coronavírus.

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No dia seguinte, o TRT- 15ª Região determinou o imediato retorno da operação do transporte coletivo em Sorocaba. A decisão atendeu a pedido de tutela antecipada (liminar) feito pela Prefeitura de Sorocaba, por meio da Urbes – Trânsito e Transportes.

No despacho, a desembargadora relatora Rosemeire Uehara Tanaka determina a disponibilização de 60% da frota em horários de pico, ou seja, das 5 horas às 8 horas e das 17 horas às 20 horas, e 40% da frota no restante do dia. Em caso de descumprimento, o sindicato poderá ser multado em R$ 50 mil por dia, valor que pode aumentar se houver violência e prejuízo ao patrimônio público.

Serviços essenciais

A persistência da paralisação dos ônibus afetou por mais um dia funcionários que atuam em serviços essenciais, como da área da saúde. A Santa Casa de Misericórdia informou que a taxa de absenteísmo só foi menor do que na terça-feira porque os funcionários se programaram e houve líder de setor que se dispôs a buscar os seus subordinados.

A Unimed Sorocaba informou que a paralisação dos ônibus impacta diretamente o atendimento, já que equipe “grande que utiliza o transporte público diariamente”. Sem revelar a taxa de faltas nesta terça-feira, a gerente de Recursos Humanos da Unimed, Daniela Sampaio Portela Murbach, admitiu que a empresa precisou acionar um plano de contingência, que consiste em carona solidaria e utilização de aplicativos. “Mas também estamos tendo problemas com carros de aplicativos que recusam as corridas quando veem que e hospital”, completou. (Felipe Shikama)