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Pontilhão da rua Professor Toledo, em Sorocaba, também tem rachaduras

31 de Janeiro de 2019 às 08:34
Ana Claudia Martins [email protected]

Uma fissura no pontilhão da Professor Toledo tem causado preocupação. Foto: Emídio Marques

A situação dos pontilhões ferroviários de Sorocaba continua trazendo preocupação para a população. Desta vez, é pelo estado de conservação do pontilhão ferroviário Giovanni Pelizer, na rua Professor Toledo, próximo à praça Winston Churchill e à saída lateral do Sorocaba Shopping. Diariamente passam pelo local, centenas de veículos e dezenas de pedestres, já que a rua dá acesso tanto para quem vai em direção ao centro da cidade subindo a Professor Toledo, ou no sentido contrário para o bairro Trujillo ou demais bairros das zonas norte e oeste de Sorocaba.

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Fotos enviadas ao Cruzeiro do Sul mostram rachaduras no concreto e um desnível na estrutura bem próximo da linha do trem. A reportagem enviou as fotos para análise do ferroviário e maquinista Stênio de Andrade Gimenez, que atuou por 10 anos na linha férrea no trecho de Sorocaba. Ele afirma que desde 2013 a empresa Rumo ALL, responsável pela trecho, tem conhecimento de eventuais problemas na estrutura do pontilhão, e que algumas medidas foram tomadas para tentar solucioná-los. Stênio diz que uma das causas é o excesso de peso dos trens que passam pelo local. A Rumo ALL foi questionada a respeito e disse que, em relação ao pontilhão Giovanni Pelizer, as obras de manutenção devem ser iniciadas na próxima semana, mas não especificou uma data exata para o início dos trabalhos.

Os problemas no pontilhão teriam começado em 2013. Foto: Cortesia

De acordo com Stênio, que também é membro da diretoria do Movimento de Preservação Ferroviária Sorocabana e presta orientação de segurança operacional ferroviária, os problemas no pontilhão da rua Professor Toledo começaram em 2013 quando surgiu um balanço na linha férrea. “Na época, a Rumo adotou restrição de velocidade dos trens que passavam ali como primeira medida para o problema. Em seguida, a empresa constatou que o balanço era provocado pelo afundamento das colunas do pontilhão”, conta.

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Ainda de acordo com o ferroviário, na sequência, a Rumo passou um certo período de tempo observando o comportamento dessas colunas e constatou que elas se estabilizaram. “A linha férrea foi calçada e nivelada com brita e o pontilhão continuou sendo usado pelos trens normalmente”, diz.

Locomotivas pesadas

Segundo Stênio, locomotivas pesadas trazidas pela Rumo podem ter ocasionado o problema. “A estrutura dessa linha que passa por Sorocaba foi feita para suportar um peso por eixo de 20 toneladas. Mas, a partir de 2017, a Rumo ALL trouxe locomotivas para trabalhar nesse trecho que pesam 27,3 toneladas por eixo”, destaca.

Pontilhão faz a ligação entre o Trujillo e bairros das zonas norte e oeste com o Centro. Foto: Emídio Marques

O ferroviário disse ainda que dos poucos trens que circulam por Sorocaba, todos passam pelo pontilhão da Professor Toledo. “Acredito que a Defesa Civil de Sorocaba deveria ser informada sobre o estado de conservação dos pontilhões ferroviários em Sorocaba”, disse.

Sobre o excesso de peso dos trens, a Rumo ALL apontou que “segue todas as normas regulamentares e que a estrutura dos pontilhões é projetada para suportar o peso das composições”, diz.

Prefeitura não explica situação de viadutos

O Cruzeiro do Sul questionou a Prefeitura de Sorocaba sobre os viadutos da cidade, e qual é o estado de conservação, além da rotina de manutenção e fiscalização deles, mas os dados não foram informados. A Prefeitura foi questionada sobre o viaduto Jânio Quadros, na rua Hermelino Matarazzo, que é muito antigo (construído na década de 1950), o viaduto dos Ferroviários na rua Comendador Oeterer, e a ponte do Pinga-Pinga, na avenida Dom Aguirre.

Viaduto Jânio Quadros foi construído na década de 1950. Foto: Emídio Marques

Em nota, a Prefeitura disse que “há uma grande preocupação do poder público com relação a esses viadutos, os quais devem prioritariamente ser vistoriados por seus concessionários em prazos estabelecidos conforme normas estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)”.

Sobre os demais pontilhões ferroviários a Rumo ALL, também em nota, disse que as equipes de engenharia realizam inspeções anuais (manutenção preventiva e corretiva) para garantir a segurança da operação ferroviária.

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