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Polarização fez o número de votos brancos e nulos crescer em Sorocaba

31 de Outubro de 2018 às 00:05

Número de votos nulos e brancos cresce em Sorocaba Juiz Jayme Walmer de Freitas. Crédito da foto: Emídio Marques (28/10/2018)

A polarização, que marcou a eleição presidencial exerceu influência no resultado que computou o crescimento dos votos nulos e brancos em Sorocaba. Esta avaliação foi manifestada nesta terça-feira (30) pelo juiz Jayme Walmer de Freitas, da 242ª Zona Eleitoral, e pelo professor Paulo Celso da Silva, integrante do programa de mestrado e doutorado em Comunicação e Cultura da Universidade de Sorocaba (Uniso). Em 2014, os votos nulos e brancos foram 27 mil (6% do total de 446.321 eleitores) e no domingo (28) representaram 12% (51.720 de um total de 456 mil eleitores).

“A leitura é a polarização: as pessoas não queriam os extremos. Várias delas optaram por não votar”, observa Walmer de Freitas. Nesse sentido, Walmer lembrou que muitas pessoas disseram que votaram no primeiro turno em determinado candidato, enquanto no segundo turno informaram que preferiram justificar em outro município ou simplesmente não votar em candidato.

Paulo Celso também acredita que a polarização é um dos aspectos que refletem no número de eleitores que se manifestaram em votos nulos e brancos. Ele imagina que muitos candidatos pensaram assim: “Como está muito polarizado, o meu candidato não é nenhum.” Nesse caso, avaliou, o eleitor não se sentiu representado pelos dois candidatos: “Não havia uma terceira via que contemplasse esses eleitores ou que os atendessem.” E reflete: “O problema é como esses eleitores vão se portar depois: se eles não tiveram opção nenhuma, como vão se manifestar qualquer que seja a ação que o político tomar?”

De fora

Também em Sorocaba, mais de 80 mil eleitores ficaram fora das eleições porque deixaram de fazer a biometria. Em relação à abstenção, houve até um redução no número de eleitores ausentes. Em 2014, 17% deixaram de comparecer ao local de votação (79,6 mil eleitores) e neste ano foram 12% (57.403 eleitores).

O número de pessoas que deixou de votar porque não fez a biometria também foi considerado expressivo pelo juiz Walmer. E ele identificou uma contradição: “Muitos dos que não fizeram a biometria apareceram para votar. Se num primeiro momento não deram valor à biometria, apareceram para votar.”