Rumo à praia: preparação e segurança

Antes de sair de Sorocaba para o litoral paulista, viajantes precisam checar condições do mar, documentos, carro e condutor para garantir uma viagem tranquila

Por Cruzeiro do Sul

Revisão do automóvel é etapa fundamental da viagem: Polícia Rodoviária Federal recomenda atenção especial a freios, suspensão e sistema de iluminação

No verão, o cenário é sempre parecido: malas disputando espaço no porta-malas, discussões sobre quem esqueceu o protetor solar, playlists improvisadas e a esperança — sempre a esperança — de que o trânsito na serra seja mais amigável desta vez. Para quem vive no interior, longe do mar, a jornada até o litoral exige um ritual que vai muito além de simplesmente pôr o pé na estrada. Antes de estender a canga na areia e correr para o primeiro mergulho, é preciso cumprir uma lista de verificações importantes que começa ainda em Sorocaba: confirmar se o mar está própria para banho e garantir que carro, documentos e motorista estejam preparados para o trajeto.

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) monitora semanalmente a balneabilidade de 175 praias do litoral paulista. Toda quinta-feira, o órgão atualiza o boletim no site e no aplicativo, além de trocar as bandeiras físicas instaladas nas praias. O objetivo é informar se a água está própria ou imprópria para banho, prevenindo riscos à saúde, como infecções gastrointestinais, de pele ou ouvido.

Há mais de cinco décadas, técnicos da Cetesb coletam amostras exatamente nos pontos de entrada dos banhistas. A coleta segue um padrão rigoroso: sempre no mesmo ponto, no mesmo horário e a um metro de profundidade. As amostras são levadas ao laboratório e examinadas para identificar Enterococos, bactérias que indicam contaminação fecal. Mesmo uma água aparentemente limpa pode estar imprópria.

A classificação é simples: quando os níveis de bactérias estão dentro dos limites de segurança, a praia recebe bandeira verde; quando duas ou mais amostras das últimas cinco semanas apresentam mais de 100 colônias por 100 mililitros de água — ou quando a coleta mais recente ultrapassa 400 colônias — a praia recebe bandeira vermelha.

O histórico de cinco semanas evita conclusões precipitadas, identificando tendências reais. Após chuvas intensas, especialistas recomendam evitar o banho por pelo menos 24 horas, mesmo em praias classificadas como próprias, já que rios, córregos e canais podem carregar resíduos que comprometem temporariamente a qualidade da água.

O que torna uma praia imprópria?

Além da contaminação por esgoto, outros fatores podem levar a interdições temporárias: floração de algas, derramamento de óleo, descargas acidentais de poluentes e falhas na drenagem urbana. Segundo a Cetesb, a avaliação de balneabilidade também orienta prefeituras e concessionárias de saneamento a identificar problemas, reforçar operações e agir preventivamente durante períodos de maior fluxo de turistas.

Documentação brigatória

Se no mar o risco pode ser invisível, na estrada ele costuma estar bem diante dos olhos. Antes de sair de Sorocaba rumo ao litoral, a preparação passa pela documentação. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), dois documentos são obrigatórios: CNH válida e CRLV do veículo, que pode ser apresentado na versão digital. Circular sem eles pode gerar transtornos logo nos primeiros quilômetros.

A PRF reforça ainda a importância dos equipamentos obrigatórios no carro: estepe, triângulo, macaco e chave de roda. A ausência de qualquer um desses itens configura infração prevista no artigo 230, inciso IX, do Código de Trânsito Brasileiro, além de dificultar o atendimento de eventuais panes mecânicas no trajeto.

Antes de viajar

A revisão do veículo é etapa fundamental da viagem. Para trajetos longos e períodos de calor intenso, a PRF recomenda atenção especial a freios, suspensão e sistema de iluminação. Faróis, limpadores e luzes traseiras precisam estar funcionando, especialmente em trechos de serra, onde neblina e chuva podem reduzir a visibilidade.

Outro ponto crucial é o descanso do motorista. Cansado, ele tem reflexos mais lentos, comete mais erros e se torna mais suscetível a acidentes. O consumo de álcool, mesmo em pequenas quantidades, deve ser evitado antes de assumir o volante.

Pegando estrada

Durante a viagem, as orientações da PRF se mantêm claras: respeitar os limites de velocidade, reduzir em caso de chuva, manter distância segura do veículo à frente, evitar ultrapassagens proibidas e jamais usar o celular enquanto dirige. O cinto de segurança é obrigatório para todos os ocupantes, e crianças devem usar os dispositivos de retenção adequados — bebê-conforto, cadeirinha ou assento de elevação — conforme a idade.

A corporação alerta que as infrações mais registradas nesta época do ano são excesso de velocidade, ultrapassagens irregulares, falta de atenção e uso do celular ao volante. Embora panes mecânicas ocorram, a maioria dos acidentes está ligada à imprudência, negligência ou imperícia humana.

Rotas para o litoral

Quem se desloca ao litoral paulista deve redobrar atenção em descidas de serra e horários de pico. Em dias de chuva, recomenda-se reduzir a velocidade, acender os faróis e, se a visibilidade for perdida, parar em local seguro até que as condições melhorem. Manter a calma, evitar manobras bruscas e seguir rigorosamente a sinalização é essencial.

A PRF orienta que, em uma abordagem policial, o motorista siga as ordens dos agentes, evite movimentos bruscos, abra os vidros e, à noite, acenda a luz interna do veículo. Para qualquer emergência nas rodovias federais, o telefone de contato é o 191. (João Frizo)