Cesta básica sorocabana tem queda de 0,8% em Setembro

Batata e Cebola foram os itens com maiores quedas nos valores

Por Da Redação

Óleo de soja tem aumento de 3,64% no valor

A Cesta Básica Sorocabana registrou uma redução de 0,8% em setembro de 2025, em comparação a agosto, passando de R$ 1.142,17 para R$ 1.133,07, o que representa R$ 9,10 a menos. O levantamento foi realizado pelo Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas (LCSA) da Universidade de Sorocaba (Uniso), que analisa mensalmente o custo médio dos produtos essenciais no município.

Apesar da queda mensal, a pesquisa aponta que, em relação a setembro de 2024, a cesta básica apresentou alta acumulada de 6,26%, equivalente a R$ 66,74 a mais pagos pelos consumidores ao longo do último ano.

De acordo com o estudo, a redução em setembro ocorreu em sentido contrário à inflação oficial medida pelo IPCA-15, que teve elevação de 0,48% no mesmo período. Os produtos que mais aumentaram de preço foram o achocolatado (6,56%), o sabão em barra (5,97%), o óleo de soja (3,64%) e a farinha de mandioca (3,17%). Já as maiores quedas foram observadas na batata (-21,15%), cebola (-18,20%), ovo (-8,91%) e alho (-5,53%).

Nos supermercados de Sorocaba, alguns consumidores relatam ter notado uma leve redução nos preços de alimentos nos últimos dias, no entanto, a queda não tem sido suficiente para aliviar os gastos do mês ou mudar significativamente os hábitos de consumo.

Luiza Rocha, costureira de 57 anos, conta que faz suas compras apenas uma vez por mês priorizando sempre os produtos mais baratos, apesar disso, mantém o costume de escolher marcas que já conhece, com medo de se arrepender da compra e “perder dinheiro”, ela afirmou não ter percebido nenhuma redução relevante nos preços e diz que, mesmo comprando apenas o essencial, os custos continuam pesando no orçamento. Para complementar a despensa, Luiza compra mensalmente uma cesta básica de uma amiga enfermeira que revende os itens, ainda assim, acha os valores bem altos.

A dona de casa Roseli Aparecida, de 67 anos, adota uma estratégia diferente: prefere ir ao mercado semanalmente, sempre pesquisando promoções e comparando preços entre diferentes estabelecimentos. Roseli notou a queda de preço em alguns produtos, mas considerou a diferença pequena. “Está um pouco mais barato, mas não o suficiente para fazer grande diferença no valor final da compra”, afirma.

Já Odete, de 55 anos, também dona de casa, relata que costuma fazer uma única compra mensal, escolhendo sempre as marcas mais baratas. Segundo ela, os produtos duram até o final do mês, mas é preciso controlar o uso e evitar desperdícios. “Tudo está muito caro, então tento aproveitar cada item ao máximo”, diz. Odete aproveita a carona da sobrinha para ir sempre ao supermercado onde acompanha as promoções. No momento da entrevista, ela analisava os preços do óleo de soja, um dos itens que sofreu aumento em busca da melhor oferta, relatando que o valor aumentou e estava procurando o de custo mais baixo.

Embora alguns preços tenham apresentado pequenas quedas, o cenário geral para consumidores ainda é de cuidado, pesquisa e adaptação constante para manter o orçamento em equilíbrio

Perspectiva

Segundo o economista Marcos Canhada, a maior oferta de produtos agrícolas nos últimos meses contribuí para aliviar os preços de parte dos 34 itens que compõem a cesta básica sorocabana.

Ele explica que, nos últimos quatro meses, o valor da cesta apresentou sucessivas quedas, o que ajudou a amenizar o preço elevado registrado no final de 2024, avaliando que, se as condições de boa oferta de produtos e o câmbio se mantiverem nos patamares atuais, é possível que a tendência de redução continue nos próximos meses.

Em relação aos itens que apresentaram aumento, o economista destaca que é comum que parte dos produtos tenha elevação de preço. No entanto, ele ressalta que, quando isso ocorre em itens de menor peso no consumo das famílias, o impacto no valor final da cesta é pouco significativo.

Marcos cita ainda que a batata e a cebola foram os produtos com maiores quedas, resultado da oferta abundante e de um clima favorável nos últimos meses. Já no caso dos ovos, ele aponta que a menor demanda em setembro pode ter contribuído para a redução dos preços.