Moradores do Jd. Iporanga pedem melhorias

Por Vanessa Ferranti

Francisco e Flávio reclamam da falta de tratamento de esgoto

O acesso ao saneamento básico é um direito de todo cidadão, no entanto, parte das residências da rua Aureliano César do Nascimento, no Jardim Iporanga, em Sorocaba, não possui tratamento de esgoto. Os moradores pedem providências do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) do município. Além disso, reclamam de ruas sem pavimentação, atrasos dos ônibus e problemas na qualidade do transporte coletivo.

O aposentado Francisco Bezerra Sobrinho, de 80 anos, vive no bairro há 17. Ele conta que cada morador passou, por iniciativa própria, um cano nas residências, mas o esgoto não é tratado. Os resíduos são despejados em um córrego atrás das casas.

“Passa rato e, quando o tempo esquenta, barata. Tem época que o cheiro também fica forte”, comentou Francisco. Os moradores dizem que o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) e o Saae já estiveram no local em 2023 e que na ocasião eles prometeram que o esgoto seria tratado. Agora, segundo uma moradora, o Saae pede a construção de fossa no imóvel.

A comerciante Joceli Tavares da Silva, de 47 anos, conta que foi a única notificada para a construção da fossa. No documento, consta que o sistema deveria ser feito em 30 dias, o que não ocorreu. Com isso, o Saae teria cortado a água da residência. Após a intervenção de um vereador da cidade, o serviço foi retomado, mas as taxas de desligamento e ligação foram cobradas. A comerciante ressalta também que paga taxa de esgoto, mesmo sem usufruir do serviço.

“Nem todo mundo tem condições de fazer essa fossa e nem todos os moradores aqui vão ter espaço para fazer essa fossa. Em 2023, eles prometeram que iam fazer esse esgoto para gente”, ressaltou Joceli.

Outra reclamação é a falta de pavimentação em algumas ruas. Flávio Frati Vaz, de 64 anos, mora no local há 57 e acompanhou a reportagem do Cruzeiro do Sul em dois pontos. Uma das ruas fica na antiga estrada do Campininha, localizada entre a Aureliano César do Nascimento e a Victor Andrew. A segunda via é a Estrada dos Antunes, que tem apenas metade asfaltada.

O técnico de segurança do trabalho Alfredo dos Santos Brito, de 50 anos, relembra as promessas feitas na reunião. “Na rua projetada, que faz ligação da Aureliano César do Nascimento com a avenida Victor Andrew, falaram que iam asfaltar essa rua para ter um acesso melhor. A Estrada dos Antunes está pavimentada pela metade. Como consta como rua pavimentada, a prefeitura fala que não tem como pavimentar”, disse.

Transporte

O transporte público também é um problema no bairro. Uma moradora da região, que prefere não se identificar, reclama dos atrasos. O ônibus deveria sair do ponto final às 5h30, no entanto, isso não estaria acontecendo.

Além disso, ela se queixa da qualidade do transporte. “Os ônibus estão velhos, horríveis, fumaçando.” A copeira hospitalar Érica Cristina de Moraes também usa o ônibus nesse horário e tem chegado atrasada ao trabalho. “Tem muita gente que pega o ônibus às 5h30 e, ultimamente, ele está passando tarde. Hoje (ontem) mesmo cheguei ao trabalho às 7h15 e eu entro às 7h.”

Saae, Prefeitura e Urbes

O Saae Sorocaba informou que, no momento, não há viabilidade técnica para implantação de rede coletora de esgoto na parte do bairro ainda não assistida por esse serviço, pois não existe rede emissária ou elevatória de esgoto próxima, para conduzir o esgoto para o tratamento. Após a implantação do coletor tronco de esgotamento sanitário do córrego Itaguaraguaraú serão iniciados estudos para a implantação das redes coletoras. Até então, é orientada a construção de fossa biodigestora.

A Secretaria de Serviços Públicos e Obras (Serpo) informou que não há previsão de pavimentação nas vias citadas, até o momento. A pasta ressalta que a manutenção ocorre regularmente, sempre que necessário e de acordo com a programação pré-estabelecida.

Em relação ao transporte coletivo, a Urbes Trânsito e Transportes diz que a linha 61 - Iporanga opera com veículo efetivo, com ar-condicionado e em boas condições de operação. Em relação ao atraso, houve constatação de cinco a oito minutos, em determinadas viagens. Para solucionar essa questão, a equipe de fiscalização acompanha a linha, a fim de verificar se há interferências no trajeto que exijam nova reprogramação.