Fundação Casa inaugura duas novas salas de leitura
Espaços acolhedores contam com mil livros e projetos de incentivo aos adolescentes
A leitura é uma das formas de viajar sem sair do lugar, é uma forma de conhecer lugares, aprender coisas novas, pessoas e histórias. Acima de tudo: promove mudança, aprendizado, bagagem. Por esta porta, Sorocaba é pioneira no programa ‘Virando a Página’, que promove a leitura e normatiza a biblioteca das 93 unidades da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (Casa) do Estado.
Foram inauguradas ontem (3) duas novas salas de leitura nas unidades II e III da Fundação Casa em Sorocaba, cada uma com cerca de mil exemplares. O programa conta ainda com parceria da Secretaria da Educação, que disponibiliza um professor para desenvolver projetos de leitura e acompanhar os adolescentes em atividades de incentivo.
Segundo a presidente da Fundação Casa, Cláudia Carletto, “quando falamos de leitura, falamos de construção de novas dimensões de conhecimento. Para os adolescentes que chegam à Fundação Casa com déficit educacional, às vezes muito grande, isso muda o mundo, muda a vida deles, muda a perspectiva”, explica.
O espaço conta com pintura nova, frases motivacionais nas paredes, sofás, mesa com cadeiras, televisão e os livros organizados por categorias. A iniciativa contou com a parceria do Instituto Arany Marchetti, que leva o nome do fundador do grupo Ossel. Segundo Rosângela Marchetti, presidente do instituto, “a base da organização é a educação, a Lilian, nossa gestora, sempre busca projetos voltados a educação e lógico, ao aprimoramento”, explica.
A Fundação Casa tem papel socioeducativo, segundo a promotora Ana Alice Mascarenhas Marques, que fiscaliza as unidades a cada dois meses. Para ela, o espaço deve perder o aspecto prisional. “Hoje nós temos uma lei específica para a execução das medidas, que é o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase). Então, precisamos ter esse olhar de fazer com que se perca o aspecto prisional que ficou ao longo dos anos. Com a Fundação Casa esse olhar foi melhorando, com as atividades que eles realizam, realmente pedagógicas e profissionalizantes, só que ainda precisamos melhorar o acesso aos livros”, explica
O ambiente próprio para leitura, ajuda a despertar o interesse, como é o caso de um dos adolescentes. “Eu gosto de ler, a sala de leitura é importante para a gente ter conhecimento. O que eu mais gosto de ler são histórias em quadrinhos (HQs) e biografias de pessoas que já faleceram”, conta.
No programa, os adolescentes podem pegar os livros emprestados por 15 dias e fazer a troca dos exemplares como em uma biblioteca comum. O trabalho também garante que a Fundação Casa compre alguns exemplares para a diversidade e renovação ao longo do tempo.
As Fundações Casa também desenvolvem projetos culturais. Na inauguração de uma das sala, os adolescentes fizeram uma apresentação musical com acompanhamento do violão e interpretação de músicas de autoria do próprio adolescente. “Eu já compunha música lá fora. Há uns dois meses veio um pessoal fazer um trabalho cultural e os meninos me incentivaram, eu fui, cantei uma música minha e fui muito elogiado. Depois disso, eu comecei a me dedicar mais”, conta.
Primeira Inauguração
Em fevereiro deste ano, foi inaugurada a primeira Sala de Leitura na Fundação Casa I, desde então, a diretora da Casa Luciana Monteiro, afirmou que tem aumentado a procura dos jovens. “Nós tinhamos alunos que já eram leitores, mas o ambiente favoreceu, aumentou o número de pessoas que frequentam a sala de leitura”, descreve.