Reunião na Câmara de Votorantim discute UPA Infantil e remédios

Por Cruzeiro do Sul

Secretário de Saúde foi questionado por vereadores

A crise na saúde de Votorantim voltou ao centro do debate político na Câmara Municipal na tarde de ontem (2). Em reunião com vereadores e secretários da saúde, o vereador Fernando Fernandes (PP) reforçou críticas à falta de transparência da prefeitura e chamou de “retrocesso” a decisão de transferir o atendimento da UPA Infantil para a UPA Central.

O secretário municipal de Saúde, Robertson Magalhães Jordão, negou que tenha ocorrido fechamento da unidade e afirmou que o atendimento pediátrico será mantido. Também disse que a previsão de normalização do fornecimento de medicamentos na rede municipal é de até dez dias.

Em entrevista ao Cruzeiro do Sul, o Fernandes explicou por que acionou o Ministério Público (MP) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP) sobre a licitação de medicamentos. “Desde o início do mandato cobramos a falta de medicamentos. Houve demora na licitação e, além disso, a falta de transparência no site oficial chamou nossa atenção”, afirmou.

Para o parlamentar, a ausência de informações levanta suspeitas. “Com todas as UBSs sem remédios, fica a pergunta: por que essa falta de transparência? Será para favorecer alguém? Por isso levamos a questão às instâncias maiores”.

Fernandes também criticou a transferência do atendimento infantil para a UPA Central. “A população era bem atendida na UPA Infantil. Agora, crianças e adultos juntos vão lotar o espaço. Isso é um retrocesso e a população não merece”.

Polêmica

O secretário de Saúde, Robertson Jordão, negou que a UPA Infantil tenha sido fechada. Segundo ele, houve uma realocação do atendimento pediátrico para dentro da UPA Central, o que já é o padrão em outros municípios.

“Nós não fechamos a UPA Infantil. Nós realocamos o prédio porque, hoje, o número de atendimentos é bem pequeno. E não existe no Brasil um modelo de UPA Infantil e UPA ‘normal’: todas as UPAs da região têm serviço pediátrico dentro. O serviço vai continuar, com respeito e atendimento da mesma forma”, disse o secretário.

Em relação à falta de medicamentos, Jordão atribuiu o problema a questões administrativas na licitação. “Houve várias impugnações e disputas porque era um lote grande, no qual hoje existem seis vencedores. O contrato saiu na semana passada e já começamos a fazer os pedidos. Acreditamos que, entre uma semana e dez dias, a situação da medicação esteja solucionada”.

O secretário disse ainda não ver falhas na atuação dos órgãos de fiscalização. “Tanto o TCE quanto o Ministério Público são órgãos fiscalizadores. Houve uma denúncia, como foi citado por um vereador, e eles têm a obrigação de apontar. Nós, como Poder Público, temos que responder aos questionamentos e estamos aptos a isso”. (João Frizo - programa de estágio)