Tabagismo cresce entre jovens na faixa etária de 18 a 24 anos

Por Thaís Marcolino

Oficina sobre o tema foi realizada na Câmara de Sorocaba

Há mais de 15 anos é proibido fumar em ambientes de uso coletivo fechados, públicos ou privados, no Estado de São Paulo. A medida ajudou a diminuir o consumo do tabaco e nicotina, de acordo com a coordenadora de política estadual de controle do tabaco da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Sandra Marques, em entrevista ao Cruzeiro do Sul. Contudo, nos últimos dois anos, os especialistas têm percebido um aumento significativo do tabagismo em jovens de 18 a 24 anos, que causam prejuízos à saúde, como o aparecimento de doenças nesta faixa etária. Entre as doenças está o câncer de pulmão.

Políticas públicas têm sido pensadas para ampliar o debate, sobretudo melhorar as legislações municipais quanto ao tema. Como parte da programação do Projeto Municípios Parceiros no Controle do Tabagismo, da SES, a Câmara de Sorocaba sediou ontem (20) uma oficina sobre o tema. Participaram do encontro, além de Sandra Marques, a advogada em direito médico e biomédico pela USP e especialista em direitos humanos pela Fiocruz, Gleyzielen Vicente, e a assistente social especialista em saúde pública e terceiro setor, integrante do Instituto Oncoguia, Priscila Serpejante. No total, 10 municípios paulistas devem receber a oficina neste ano.

De acordo com Priscila, são 20 milhões de casos novos por ano de câncer no mundo e 9 milhões de mortes que tem o tabagismo como causa de 90% delas. Um projeto de lei que criou a campanha Agosto Branco, visando o combate desse tipo de enfermidade, aguarda a sanção do presidente Lula. Se aprovado, a data escolhida é 29 deste mês, quando já é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. A integrante do Oncoguia também contou que a cada ano diminui a idade das pessoas que adoecem e que, em poucos anos, será a doença que mais irá matar os brasileiros.

Sandra afirmou que o Brasil tem tido êxito no combate ao tabagismo e que a meta até 2030 é reduzir em um terço a mortalidade prematura por conta de doenças não transmissíveis, como o tabagismo, e implementar o primeiro tratado internacional de controle do tabaco. “Quando a gente fala de tabaco, trata-se de várias substâncias, mas o que vicia é a nicotina”, destaca, explicando que o tabagismo deve ser entendido como uma doença.

Gleyzielen Vicente citou que Sorocaba é uma das cidades com mais leis sobre o tema. O vídeo da oficina pode ser assistido na íntegra no canal @camaramunicipaldesorocaba, no YouTube.

Em Sorocaba, três Unidades Básicas de Saúde realizam o Programa de Controle e Tratamento do Tabagismo: Nova Esperança, Ulisses Guimarães e Vila Haro. O tratamento inclui avaliação clínica, abordagem mínima ou intensiva, individual ou em grupo e, se necessário, terapia medicamentosa com a abordagem intensiva.