Ao menos 7 mulheres por dia buscam ajuda da PM
Vítimas de ameaça e agressão física em Sorocaba contam agora com o Cabine Lilás para auxílio
Todos os dias, ao acessar os portais de notíciais ou as redes sociais, é possível encontrar uma matéria de uma mulher que foi espancada, agredida ou morta pelo próprio companheiro. Em Sorocaba, aproximadamente sete mulheres ligam por dia para tirar dúvidas e buscar orientação com a polícia, graças ao programa Cabine Lilás, da Polícia Militar, inaugurado na sexta-feira (15) — mas em funcionamento desde junho (a mensuração dos números de atendimento é a média desde então).
O intuito é direcionar por meio do mesmo telefone 190, um atendimento especializado para casos de violência doméstica. O projeto, que já existe na capital desde 2024, está se expandindo para o interior, sendo testado em Sorocaba desde o dia 10 de junho deste ano para o treinamento das 29 policiais femininas, que farão o atendimento das ocorrências e para a adaptação.
A Cabine Lilás é um espaço físico no Centro de Operações da PM (Copom) do CPI 7, na Vila São Caetano. No total, 78 municípios contarão com o auxílio. Segundo a soldado Agapito, “a função da Cabine é trazer um atendimento humanizado, que visa amparar, acolher as vítimas de violência doméstica para direcionar, seja com assistência jurídica, para tirar algumas dúvidas referente a guarda de filhos, pensão alimentícia ou separação. Nós direcionamos também para procurar uma Defensoria Pública; na falta da Defensoria, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e casas de Abrigo, porque muitas das vezes, as mulheres são dependes financeiramente do agressor, então elas se sentem perdidas”, explica.
O atendimento é feito por policiais femininas por um motivo: “o atendimento feito por policiais femininas traz um acolhimento maior. Qual a problemática de ser um policial militar masculino? Às vezes, a voz do agressor é parecida com a do policial, então a vítima trava, ela não consegue desenvolver, não consegue se abrir. Trazendo a função para uma policial feminina ela consegue se sentir um pouco mais a vontade e ter mais empatia com a situação”, explica a soldado.
A Cabine conta ainda com o auxílio de um aplicativo. “Muitas vezes as mulheres tem receio de ir até a delegacia, pelo aplicativo a gente direciona também a fazer o registro on-line”, compartilha a soldado Agapito. O aplicativo chamado SP Mulher Segura, está disponível para todas as mulheres e pode ser encontrado para download nas plataformas ios e Android. Na tela inicial, há o registro de Boletim de Ocorrência (BO), a possibilidade de solicitar uma medida protetiva e com o número em mãos é disponibilizado um botão de pânico.