Pórticos geram dúvidas sobre eventuais cobranças
A instalação de pórticos gera debates e dúvidas entre motoristas que utilizam as principais rodovias de Sorocaba e região. Estruturas metálicas estão sendo montadas em trechos da rodovia Raposo Tavares (SP-270).
A concessionária Rota Sorocabana, responsável pela gestão da SP-270, informou que os pórticos são divididos em dois tipos: os destinados ao monitoramento de tráfego, que não farão cobrança, e os voltados ao sistema Siga Fácil, que futuramente realizarão a cobrança eletrônica. Os pórticos de monitoramento estão instalados nos quilômetros 58, 95 e 101 da SP-270, além de pontos nas rodovias Celso Charuri (SPI-91/270), no km 4, e Senador José Ermírio de Moraes, a Castelinho (SP-75), no km 3. Já os pórticos para cobrança foram instalados nos km 37, 48, 72, 83 e 111 da SP-270.
Segundo a concessionária, todos os equipamentos estão desativados e só poderão iniciar a operação após aprovação da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). Informações sobre valores, formas de pagamento e início da cobrança serão divulgadas com antecedência, conforme a concessionária.
Apesar do aviso que ainda não há cobrança, motoristas da região expressam preocupação com os possíveis impactos econômicos do novo sistema. Um pórtico foi montado no km 95 da Raposo, próximo ao bairro Caputera, em Sorocaba.
O comerciante Adílson Montagnana Júnior diz que entende a necessidade de investimentos, mas considera os custos altos. “Se for para reverter em algo bom, tem que compensar. Mas eu acho que está muito abusivo. Infelizmente estão pedagiando não só aqui, né? São Paulo inteiro está sendo pedagiado.”
Júlio César Vieira Miano, que é pedreiro, também se preocupa com o impacto no orçamento. “Um a mais sempre vai pesar um pouco. Ou cobra do cliente mais caro o serviço, ou fica no nosso bolso mesmo. De uma forma ou de outra, alguém sai prejudicado”, considera.
O secretário estadual de Parcerias e Investimentos, Rafael Benini, havia informado que alguns pórticos localizados em áreas urbanas de Sorocaba foram retirados da lista de pontos com cobrança. Segundo ele, as estruturas estão sendo mantidas apenas para monitoramento de tráfego. “A ideia é manter a estrutura para acompanhar o fluxo, avaliar o nível de serviço da rodovia e projetar quando e onde os investimentos em ampliação serão necessários”, explicou. A medição permite entender o volume de veículos e a velocidade média, dados que ajudam a prever pontos de saturação no tráfego e planejar novas intervenções.
O projeto Rota Sorocabana, que inclui a implantação do sistema Siga Fácil, prevê R$ 8,8 bilhões em investimentos em 460 km de rodovias, com obras de duplicação, novos acessos, passarelas, faixas adicionais e sinalização. (M.A.)