Banco e terceirizada são notificados por trabalho análogo à escravidão

Por Cruzeiro do Sul

Ubiratan Vieira, chefe regional do Ministério do Trabalho de Sorocaba

O Ministério do Trabalho de Sorocaba notificou nesta segunda-feira (28) um banco e uma empresa terceirizada por suspeita de manter funcionários em condições análogas à escravidão. A ação ocorreu após denúncia e constatação de irregularidades durante fiscalização.

Segundo o chefe regional do Ministério do Trabalho, Ubiratan Vieira, cerca de 30 trabalhadores venezuelanos, a maioria mulheres, estavam submetidos a jornadas exaustivas, recebiam por hora e não tinham registro formal. A empresa terceirizada, com sede no bairro da Mooca, em São Paulo, é responsável pelos serviços de limpeza nas agências da cidade. Ubiratan acrescenta que a relação de agências foi fornecida pelo Sindicato dos Bancários.

A empresa foi notificada a apresentar, até 11 de agosto, os registros em carteira e o controle de ponto dos funcionários.
Ainda de acordo com Vieira, todos os trabalhadores estrangeiros viviam em uma mesma residência, o que pode caracterizar tráfico de pessoas. “Eles vieram de Pacaraima ou Boa Vista, em Roraima. A estimativa é de que haja cerca de 3 mil venezuelanos na região central, a maioria sem visto de trabalho. O caso será encaminhado à Polícia Federal”, informou.

O que diz a empresa

A empresa informou que seu jurídico não conseguiu responder aos questionamentos até o fechamento da edição. A reportagem, no entanto, teve acesso à notificação extrajudicial enviada pela empresa ao sindicato, em que nega as acusações e pede a retirada do conteúdo publicado no site da entidade.

O que diz o banco

O banco afirmou que repudia qualquer violação aos direitos trabalhistas e que apura os fatos para tomar as devidas providências. (Da Redação)