Unidade Pré-Hospitalar Zona Oeste se torna UPA

Prédio que fica na avenida General Carneiro passa por reforma e recebe novos equipamentos médicos

Por Cruzeiro do Sul

A agora UPA é administrada pelo Banco de Olhos de Sorocaba

No silêncio impaciente das salas de espera, a esperança muitas vezes divide espaço com o cansaço. Quem busca atendimento médico público sabe que cada detalhe, da estrutura física ao acolhimento humano, faz diferença. Para quem chega à Unidade Pré-Hospitalar Zona Oeste, em Sorocaba, a primeira vista pode não ser das melhores. A recepção da unidade ainda não passou por reformas, e é possível ver sinais de desgaste nos móveis e até de vandalismo, especialmente no banheiro masculino.

A unidade, que até então era conhecida como uma Unidade Pré-Hospitalar (UPH), agora terá a identificação de Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e está passando por reformas. UPHs são unidades que realizam apenas o primeiro atendimento e a estabilização do paciente, enquanto as UPAs realizam internações mais longas e procedimentos mais complexos.

Ao adentrar nas dependências, a impressão pode mudar, já que, desde que foi assumida pelo Banco de Olhos de Sorocaba (BOS), a unidade está em reforma e já tem boa parte de seu patrimônio arquitetônico renovado. Há andaimes e ferramentas à vista. A unidade está sob os cuidados do BOS há aproximadamente 50 dias.

Novos equipamentos também chegaram. Fabiana Tosi, gerente de enfermagem da unidade, disse que há novos monitores multiparâmetros, respiradores, aspiradores, bombas de infusão, entre outros equipamentos. Ainda faltam novas macas e cadeiras de banho.

Apesar disso, alguns funcionários que trabalham na unidade afirmaram que, mesmo com as reformas, ainda faltam poltronas para os acompanhantes e que móveis, principalmente da sala “cross” (que é utilizada para que o paciente internado aguarde transferência a um hospital de referência), estão em más condições. Segundo eles, o que mais causa dificuldade é a sala de descanso dos enfermeiros, que conta apenas com três camas velhas e um sofá com estofado rasgado.

Algumas pessoas que utilizam a unidade, e preferiram não se identificar, afirmaram que, apesar das visíveis melhorias, ainda existem problemas, principalmente ligados ao conforto e ao tempo de espera. Apontamentos sobre a qualidade de algumas cadeiras de rodas e sobre a infraestrutura para os acompanhantes foram os mais comuns.

A diretoria da unidade afirmou que todas essas reclamações serão resolvidas nos próximos dias. O prazo para que toda a reforma da unidade seja concluída é de 120 dias a contar do momento em que o BOS assumiu a gestão, portanto em cerca de 70 dias.

O administrador Daniel Zeferino informou que a unidade não está sofrendo com falta de medicamentos nem de outros insumos. Além disso, o quadro de funcionários está completo. Informou ainda, que, por contrato, o local sempre foi uma UPA e a alteração da identificação não terá uma mudança prática.

O tempo de espera na unidade varia de acordo com a gravidade do paciente e com as condições de prioridade, mas, segundo a administração, está dentro do tempo ideal para cada cor.

UPH Leste

Na UPH Zona Leste, que fica na avenida Nogueira Padilha, condições melhores foram observadas. Segundo Ana Paula, gerente de enfermagem da unidade, existem equipes fixas de hotelaria e de manutenção que garantem que a unidade fique em boas condições, com pequenas reformas sempre que necessário.

Ainda de acordo com Ana Paula, a UPH também não está com problemas de falta de medicamentos, insumos ou equipamentos. O tempo médio de espera dos pacientes também está dentro dos padrões, segundo a administração. A unidade é administrada atualmente pela Santa Casa.

Apesar das boas condições da unidade, existe uma ala que foi implementada durante a pandemia da Covid-19 e que é utilizada como apoio para internações, quando a ala principal está lotada. Essa área aparenta estar improvisada, com leitos separados apenas por cortinas e poucos recursos para os acompanhantes.

Segundo o médico Fernando Brum, diretor técnico da unidade, a área é mantida como uma opção extra, não sendo uma obrigação contratual, mas uma alternativa de conforto para os pacientes. Ele afirmou ainda que a área receberá melhorias.

A UPH Zona Norte foi procurada pela reportagem, mas não havia autorizado a visita até o fechamento desta reportagem.

(Vernihu Oswaldo)