Biotecnologia auxilia no combate à dengue em Salto de Pirapora
A Prefeitura de Salto de Pirapora, Região Metropolitana de Sorocaba, soltou, recentemente, 600 mosquitos geneticamente modificados, em parceria com a multinacional inglesa de biotecnologia Oxitec, em um trabalho de prevenção à dengue no município, chamado de Programa Aedes Aegypti do Bem.
As primeiras duas caixas contendo 300 mosquitos cada foram abertas na Creche Municipal do Jardim Cachoeira, local onde a situação da dengue é crítica. Os próximos pontos que receberão o tratamento são as escolas Jayme Ferreira, Jardim Paulistano, e Professora Silvia Haddad, Jardim América.
No total, serão 33 pontos de liberação dos mosquitos alterados. A finalidade é efetuar a soltura contínua por três meses, somando 200 caixas ativadas até o fim do tratamento. Atualmente, Salto de Pirapora já contabilizou 240 casos positivos de dengue, sendo que 185 estão em investigação, além do registro de duas mortes.
A Prefeitura de Salto de Pirapora entende que a liberação dos mosquitos geneticamente modificados representa mais um passo importante no enfrentamento à dengue.
Em Piracicaba
A primeira cidade a efetuar a soltura dos mosquitos autolimitados foi Piracicaba. O projeto-piloto foi implantado no bairro Cecap que conta com aproximadamente cinco mil habitantes e apresentou 17 casos de dengue desde o início deste ano. Assim, um grupo da Oxitec foi ao local para fazer um trabalho de conscientização com a população antes de efetuar a soltura dos insetos.
Em Piracicaba, há 3.037 casos confirmados de dengue, sendo que 80 estão em investigação, com duas mortes registradas.
Aedes Aegypti do Bem
O Programa Aedes Aegypti do Bem é uma linhagem geneticamente modificada do mosquito selvagem criado em laboratório. Esses mosquitos têm o papel de suprimir a população da espécie causadora da dengue e de outras arboviroses, como chikungunya e zica.
Os mosquitos alterados são soltos na natureza, encontram fêmeas e se reproduzem normalmente, mas os ovos colocados não passam da fase de larvas, morrem antes de evoluírem para o mosquito adulto. Portanto, os mosquitos modificados ajudam no controle e na diminuição populacional dos insetos.
A abordagem visa liberar mosquitos toda semana, por aproximadamente três meses, podendo variar de acordo com a necessidade de cada cidade. Ao fim do tratamento, o objetivo é que o nível da população de mosquitos tenha caído significativamente em relação a áreas que não receberam os mosquitos geneticamente modificados.