Cautela
Chuvas intensas aumentam risco de aquaplanagem
Motoristas precisam redobrar atenção ao dirigir em estradas alagadas
As fortes chuvas registradas na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) causaram muitos problemas, desde alagamentos até interdições, e nas rodovias não é diferente. O acúmulo de água nas pistas pode ocasionar um fenômeno conhecido como aquaplanagem. Nestes casos, os pneus perdem contato com o asfalto, fazendo com que o carro “flutue” e o motorista perca o controle da direção. A circunstância aumenta as chances de um acidente de trânsito.
Na rodovia SP-75 e na Castelo Branco (SP-280), muitos são os pontos de aquaplanagem. Há duas semanas, o empresário Rodrigo Fontes, de 39 anos, sofreu um acidente em razão do acúmulo de água na pista. Ele não se feriu, porém o carro ficou danificado, tendo de gastar mais de R$ 4 mil para o conserto.
“Eu viajo muito a trabalho, então todos os dias pego estrada. As chuvas fortes dificultam e atrapalham bastante na hora de dirigir, tanto pela visão quanto pelas poças de água”, conta o empresário. “E, principalmente na Castelinho e na Castelo Branco, existem muitos pontos de alagamento. Acredito que deveria existir alguma forma de drenar essa água”.
O estudante Daniel Augusto Trigo Yuen, de 23 anos, também costuma pegar estrada com frequência. Nos finais de semana, costuma viajar de Registro para Sorocaba para visitar a namorada, ou para São Paulo, para ver os pais. Segundo ele, a rodovia Raposo Tavares (SP-270) também possui pontos de alagamento.
“Motoristas que não sabem lidar com o acúmulo de água na pista podem prejudicar o fluxo do trânsito e aumentar o risco de acidentes, muitos dos quais já presenciei. Além disso, qualquer descuido ao volante pode resultar em um acidente grave”, aponta Daniel. “E não acontecem somente em rodovias, sinto que nas avenidas também. Um exemplo é a avenida Dom Aguirre, em Sorocaba”.
Em dias de chuva, o estudante evita acelerar ou frear bruscamente, uma vez que aumenta o risco de aquaplanagem, além de tentar manter a calma e distância dos demais veículos. Já em questões de obras, Daniel acredita que melhorias na pavimentação, garantindo um nivelamento adequado das pistas, seriam essenciais para diminuir o número de acidentes em razão das poças de água.
“Além disso, a sinalização de faixas exclusivas para ônibus e caminhões poderia ajudar, já que o desgaste causado por esses veículos pode contribuir para a formação de desníveis”, acrescenta.
O Cruzeiro do Sul questionou a CCR ViaOeste, responsável pelos trechos citados na matéria, a respeito das condições das pistas, bem como se há previsão de obras para amenizar o problema. De acordo com a concessionária, equipes “realizam constantemente ações de limpeza e desobstrução, o que garante o livre escoamento da água e minimiza os riscos aos usuários”. Além disso, a supervisão da empresa mantém um monitoramento contínuo na rodovia por meio das equipes de operação e conservação, adotando medidas preventivas sempre que necessário para garantir a segurança e a fluidez do tráfego.
A concessionária ainda reforça que o período de chuvas intensas pode impactar temporariamente as condições da pista. “No entanto, até o momento, não há registros de pontos recorrentes de acúmulo de água na rodovia”, afirmam em nota.
Recomendações
Ao Cruzeiro do Sul, a Polícia Militar do Estado de São Paulo, por meio do 5º Batalhão de Polícia Rodoviária, listou uma série de cuidados e recomendações para uma direção segura em períodos de chuvas. Além disso, ressaltam que não é somente o acúmulo de água que pode causar acidentes.
“Para evitar sinistros de trânsito em dias chuvosos, é fundamental que o condutor reduza a velocidade, pois o risco de aquaplanagem aumenta quando o veículo está muito rápido, especialmente em estradas molhadas”, destaca a força de segurança. “A velocidade ideal em condições de chuva é aquela que permite ao motorista reagir rapidamente a imprevistos, como poças de água”.
A condição dos pneus também é um fator importante. Quando desgastado ou mal calibrado, o item tem menor capacidade de dispersar a água. O espaço entre os demais carros, como citado por Daniel, também é fundamental. De acordo com o 5º BPRv, a atitude garante um tempo de reação e uma distância de frenagem maiores.
Caso o motorista sofra com a aquaplanagem, as orientações são:
- Não pise no freio imediatamente, pois isso pode agravar a perda de controle do veículo. O motorista deve manter a calma e retirar o pé do acelerador suavemente.
- Manter as mãos firmes no volante e corrigir suavemente a direção, sem movimentos bruscos. A ideia é evitar manobras rápidas que possam causar mais instabilidade.
- Evitar mudanças bruscas de faixa, uma vez que pode levar a uma perda de controle, aumentando o risco de acidente. A recomendação é aguardar até que o veículo retome a aderência antes de realizar qualquer manobra.