Operação Munditia
Dono de empresas acusadas de fraude em contratos com prefeituras e câmaras é preso na Bahia
O empresário também seria integrante do PCC e líder da organização criminosa que fraudava licitações em várias cidades paulistas, incluindo Sorocaba
Dono de empresas acusadas de fraude em contratos com prefeituras e câmaras é preso na Bahia
Em atuação conjunta dos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) e da Bahia (MPBA), foi preso um empresário que seria líder da organização criminosa que fraudava licitações em várias cidades paulistas, incluindo Sorocaba. O foragido também seria integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC). A prisão, ocorrida na segunda-feira (27), faz parte das investigações da Operação Munditia.
Segundo o MPSP, o acusado foi encontrado e preso em flagrante na praia de Arembepe, na Bahia, pelo crime de uso de documento falso. As investigações, que duraram nove meses, apontaram que o foragido se apresentava na região com outro nome para ocultar sua procura desde que foi emitido três mandados de prisão preventiva contra ele.
Em abril de 2024, quando a operação foi deflagrada no Estado, o homem conseguiu fugir minutos antes das buscas em sua casa.
A operação
A Operação Munditia apura fraudes em licitações de prefeituras e câmaras de diversas cidades do Estado. Além de Sorocaba, outros 11 municípios paulistas tiveram os contratos investigados. A primeira fase ocorreu em abril do ano passado. Conforme o Gaeco, o grupo já ofereceu seis denúncias e segue na busca da responsabilização dos agentes públicos e demais envolvidos pelos inúmeros crimes identificados ao longo das investigações.
Relação com Sorocaba
Segundo informações obtidas no Portal da Transparência na época em que a operação foi deflagrada, em abril de 2024, a Prefeitura de Sorocaba firmou ao menos três contratos, com custo total de R$19 milhões, com a empresa do alvo da ação do Gaeco ontem (27). Entre os serviços contratados, estava o de limpeza hospitalar. O vínculo foi firmado e mantido nas gestões de Rodrigo Manga, Jaqueline Coutinho e José Crespo.
Na Câmara Municipal, por sua vez, foram contratados os serviços de limpeza da de outra empresa do mesmo empresário, em 2019. Houve prorrogação dos contratos em dois anos seguintes, totalizando o débito de quase R$ 1.5 milhão.
Na época, a prefeitura disse que analisaria os autos do processo para adotar as providências cabíveis. A Câmara também disse que a ação não foi realizada na sede do Legislativo, tampouco foi consultada ou intimada a fornecer cópias de processos licitatórios.