Muitos sorocabanos saíram cedo de suas casas, ontem (29), para aproveitar as famosas promoções de Black Friday. Neste cenário, a ação comercial movimentou as ruas do centro da cidade e os corredores de shoppings da cidade. No entanto, apesar da popularidade da data, os descontos dividem opiniões dos consumidores, enquanto alguns acham bons, outros consideram fraudulentos.

A médica veterinária Evelyn Carolina de Oliveira, de 29 anos, está entre as pessoas que aproveitaram as liquidações. Com uma sacola nas mãos, ela olhava animada as vitrines das lojas do Shopping Iguatemi Esplanada, localizado na zona sul de Sorocaba, divisa com Votorantim. Todos os anos, na última sexta-feira de novembro, ela destina uma parte do seu dia para as compras.

“Os descontos estão muito bons. Por exemplo, uma peça de roupa que estava mais de R$ 280, hoje eu comprei por R$ 80. Então, acredito que compensa muito ficar de olho e acompanhar os preços”, conta a veterinária. “Normalmente eu espero essa época do ano para comprar alguns produtos.”

Na região central de Sorocaba, o empreendedor Patrick Paulo Silva, de 44 anos, e a sua filha, Clara de Moura, de 18 anos, também saíram das lojas com sacolas nas mãos. Apesar de reconhecer que as promoções não são tão boas quanto eram antigamente, o sorocabano deixou para comprar ventiladores com valores menores na Black Friday.

“Antes, os descontos eram muito maiores, agora é no máximo uns 20%, no máximo 30%. O cenário, na verdade, está difícil”, aponta Patrick. “Em casa, nós somos em cinco e estávamos precisando de ventiladores para os quartos, ainda mais nesse calorão, então resolvemos comprar mesmo assim.”

Atenção

No entanto, embora a maioria das vitrines estejam enfeitadas com banners e placas destacando as palavras “liquidação”, “desconto” e “promoção”, é importante o consumidor se manter atento para as ações fraudulentas. Patrick, por exemplo, encontrou o mesmo modelo do ventilador por um preço acima.

“Antes de comprar, nós pesquisamos o valor. Obviamente, nas lojas on-line é mais barato, até porque não tem gastos com aluguel, funcionários e outras exigências de um ponto físico”, relata o empreendedor. “Porém, no próprio centro da cidade, nós encontramos o mesmo ventilador, que pagamos R$ 139,90, por R$ 190,90. Se fosse um produto diferente, de qualidade maior, o valor seria plausível, mas era idêntico.”

Falsos descontos, inclusive, desanimam os consumidores, que deixam de acreditar na redução de preço das etiquetas, como a empresária Sandra Mimoto Torres, de 65 anos. Ao contrário de Patrick, ela não aproveita a ação comercial há anos.

“Muitos comércios sobem o valor nas semanas que antecedem a Black Friday, e depois colocam essa falsa liquidação. Portanto, eu não aproveito e não compactuo”, diz Sandra.