Uso da tecnologia transforma o cenário das empresas em Sorocaba
Pesquisa da Infobase aponta que 94% dos empreendimentos apostam no crescimento digital
Nos últimos anos, a digitalização se tornou um fator crucial para o crescimento das empresas, principalmente após a pandemia do Coronavírus. Uma pesquisa realizada pela Infobase, que acompanha a adaptação e o desenvolvimento de negócios no âmbito tecnológico, aponta que 94% dos empreendimentos aumentaram o seu foco no crescimento digital. Em Sorocaba, a tendência não é diferente.
“Sorocaba sempre teve uma cultura industrial e, consequentemente, das empresas de serviços que atendem esse ecossistema. No entanto, de um tempo para cá, notamos algumas empresas nascendo nas áreas de startups e inovação”, relata Regis Bortolin, diretor comercial da Eduzz. “Obviamente, não é tão forte quanto outros polos tecnológicos espalhados pelo Estado de São Paulo, mas vejo que o conceito do digital está florescendo na cidade. Além disso, é um mercado próspero e de muitas oportunidades”.
Regis também é responsável pelas áreas de marketing, vendas e negócios da empresa, portanto, acompanha de perto as novidades do setor. “Na prática, as empresas que não nascem digitais, não estão mais no jogo, há muita dificuldade de crescimento. Já os negócios tradicionais precisam se adaptar”, afirma o profissional.
Algumas ferramentas, como marketing digital, plataformas de vendas online e Inteligência Artificial (IA), são exemplos citados pelo diretor comercial que podem alavancar resultados das instituições.
Na Eduzz, Regis presencia muitos empreendimentos sendo transformados pela digitalização. Com 10 anos de história, a empresa oferece plataformas de vendas para o mercado de marketing digital e infoprodutos, isto é, produtos derivados do conhecimento e da informação, como cursos, e-books e mentorias.
“O nosso maior evento, o Seven Summit, reúne mais de 3 mil empreendedores digitais todos os anos. Nós desenvolvemos algumas soluções de tecnologia, como Checkout de Pagamento, um ambiente para o processamento de vendas”, conta o profissional. “A tecnologia é um meio para fazer com que as coisas se viabilizem com mais alcance, produtividade e escala”.
A Tecnologia 4.0
A Tecnologia 4.0, que ganhou destaque há alguns anos, faz parte da chamada 4ª Revolução Industrial. O termo está ligado diretamente aos processos de automação e com a integração de diversas tecnologias, como Inteligência Artificial, Internet das Coisas (IoT), robótica e computação em nuvem. Para o presidente do Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS), Nelson Tadeu Cancellara, essas inovações fazem parte de um mundo irreversível. “A telemedicina, por exemplo, está sendo muito aplicada em Sorocaba e entrando nessa área da digitalização no atendimento ao público”, cita Cancellara.
A transformação digital ainda abre portas para a criação de novas empresas, um processo que antes era considerado demorado e burocrático. Nelson cita de exemplo uma startup de educação financeira que, por meio de um sistema integrado, traça um planejamento efetivo para o objetivo do cliente, seja criar uma poupança ou sair das dívidas.
Pontos para Atenção
Quando falamos de tecnologia, automaticamente, vem à cabeça a imagem das máquinas substituindo a mão de obra humana. Esse é um dos principais receios da população em relação à transformação digital. Entretanto, Cancellara não enxerga um potencial problema neste contexto.
“Já existem alguns restaurantes onde robôs são garçons. A pessoa faz o pedido pelo cardápio eletrônico, processado automaticamente pela cozinha, e a máquina entrega a refeição feita na mesa. O que isso significa para o proprietário do estabelecimento? Obviamente que ele terá menos garçons, porém, precisará de profissionais para a manutenção do robô”, ilustra o presidente do Parque Tecnológico de Sorocaba. “Com esse exemplo, quero dizer que, de fato, a demanda de algumas profissões irá reduzir, mas de outras irá surgir ou aumentar”.
Considerando o cenário da constante evolução tecnológica, Cancellara orienta os cidadãos a procurarem capacitações nos mercados que mais crescem, como a área de Tecnologia da Informação (TI). “Antigamente, se faziam casas assentando pedra, no entanto, hoje, as casas são feitas com blocos. E o homem que quebrava as pedras? Se ele não se adaptasse ao mercado e aprendesse a fabricar o novo material, provavelmente, estaria sem emprego.
Já para Regis Bortolin, os empreendedores não podem achar que a tecnologia é uma “bala de prata”, isto é, a resolução de todos os problemas. Em sua visão, a ferramenta é um meio que possibilita resultados com mais alcance, produtividade e escala.
“A tecnologia apenas amplia e potencializa aquilo que já é bom. Portanto, precisamos entender que a internet e recursos digitais são meios para chegar em um determinado lugar, mas nunca é o principal”, explica o diretor.