Monitoramento mensal
Preço da cesta básica registra ligeira queda, mas ainda custa mais em comparação ao mesmo período do ano passado
Pesquisa do Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas da Uniso monitora mensalmente a variação de preços dos itens essenciais
Após três aumentos consecutivos, o custo da cesta básica sorocabana registrou uma queda de 0,27% no mês de julho. Em comparação a junho, em que todos os 34 produtos somavam R$ 1.071,66, o consumidor economizou R$ 2,86. Os dados são do Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade de Sorocaba (Uniso), que monitora as variações mensais de preços dos itens essenciais no dia a dia da população.
De acordo com a pesquisa, apesar da pequena queda nas etiquetas de preço dos supermercados, os resultados de julho apontam para uma tendência de valores mais altos e persistentes, principalmente devido ao aumento nos custos de produtos essenciais como a batata, cebola, alho e arroz. Se igualado ao mesmo período do ano passado, houve um aumento de 6,11% equivalente a R$61,61 pagos a mais pelos sorocabanos.
Contudo, a redução do preço da cesta básica em julho foi em sentido oposto à alta registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), que foi de 0,30%. Com a variação, o acumulado da cesta básica e do IPCA em 2024 foi de 3,97% e 2,82%, respectivamente.
Dos 34 itens que compõem a cesta básica sorocabana, 20 registraram aumento de preço na última edição da pesquisa. O produto que teve a maior elevação foi o extrato de tomate, com um aumento de 7,46%. O sachê de 350 gramas, que custava, em média, e R$ 7,35 no mês de junho, passou a ser encontrado nas prateleiras dos estabelecimentos por R$ 7,90 em julho.
O valor do vinagre e da mussarela também tiveram alterações. A embalagem de 750 mililitros do tempero registrou uma alta de 6,69%, subindo de R$ 2,60 para R$ 2,77. O quilo do laticínio, por sua vez, aumentou 5,23% e alcançou o preço de R$ 55,14. Segundo o economista Marcos Canhada, muito destas elevações estão relacionadas com as mudanças climáticas.
“No caso do leite e também da mussarela, que apresentaram altas de preços nos últimos 12 meses, acima de 20%, a baixa produção, reflexo das questões climáticas, afeta a oferta destes itens”, explica o profissional. “Além disso, estimula a elevação do valor apontado pela pesquisa”.
Em relação ao extrato de tomate, a redução da oferta do tomate em algumas localidades produtoras, em função dos aspectos climáticos, aponta para tendência de elevação nos preços do item. No caso do vinagre, o aumento de custos dos componentes importantes em sua produção impactam diretamente o seu valor.
O que dizem os consumidores
As principais queixas dos consumidores, no entanto, não são direcionadas para os produtos que apresentaram altas no mês de julho, mas sim para os legumes e hortaliças. Para economizar e manter uma alimentação equilibrada, algumas estratégias são adotadas por eles.
O aposentado Antônio Carlos Mariz, de 61 anos, está sempre à procura de promoções nos supermercados da cidade e, quando não encontra a oferta esperada, substitui o alimento por outro. “Em casa, nós consumimos muitos legumes e verduras, no entanto, dependendo da semana deixamos de comprar devido ao preço. Por exemplo, o custo da batata e da cebola que nos mês passado estava altíssimo, nós substituímos por outro tempero e por outro tubérculo”, relata.
Cláudia Toyota, de 58 anos, é auxiliar de saúde bucal e também busca estratégias para economizar. “Eu entendo que o clima influencia muito no valor dos alimentos, portanto, uma dica é comprar frutas e legumes da época, pois normalmente ficam mais em conta”, sugere. “Nós precisamos pesquisar preços, se não caímos em armadilhas e gastamos além do necessário”.
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