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Eleições 2024

Justiça Eleitoral proibe o uso da IA para criar e propagar deepfake

20 de Julho de 2024 às 22:28
Vinicius Camargo [email protected]
Não é difícil identificar sinais de manipulação com Inteligência Artificial
Não é difícil identificar sinais de manipulação com Inteligência Artificial (Crédito: FREEPIK)

Usar a voz do candidato para criar falas nunca ditas por eles. Colocar a imagem dele em uma situação na qual jamais esteve. Trocar rostos dos aspirantes a cargos políticos. Todas essas aplicações da Inteligência Artificial e diversas outras intervenções digitais semelhantes são proibidas pela Justiça Eleitoral, pois configuram deepfake.

Apesar de, muitas vezes,o criador se empenhar em tentar deixar os materiais o mais “realistas” possível, não é difícil identificar sinais de manipulação com IA. A afirmação é do jornalista e publicitário Carlos Laino, atuante com marketing político há mais de 30 anos. Segundo ele, a quantidade de informações disponíveis, assim como o acesso aos candidatos e candidaturas permitem, com uma análise atenta, a constatação de irregularidades.

Ele elenca que cores sem brilho, áudio atrasado, redundância, erros gramaticais, referências temporais equivocadas e generalizações são alguns indícios. Além de falhas técnicas, o próprio teor das informações pode indicar tratar-se de deepfake. De acordo com ele, é preciso desconfiar, principalmente, se o conteúdo aparentar não ter qualquer relação com a personalidade da pessoa a quem estão sendo atribuído. “Podemos usar como um exemplo simplista — um texto, áudio ou vídeo de um candidato de posição ideológica definida pregando algo totalmente ao contrário, fato que já ocorreu recentemente, foi denunciado, apurado e constatada a manipulação.”

Segundo Emilio Alves, professor de relações públicas da Universidade de Sorocaba (Uniso) e fundador de uma empresa de educação em Inteligência Artificial, o ideal é sempre acessar os canais oficiais de cada candidato, para ver o que eles realmente estão dizendo sobre cada assunto. “Isso é importante porque, cada vez mais, pessoas mal-intencionadas podem criar conteúdos falsos para prejudicar a reputação de concorrentes”. Ainda conforme ele, é preciso ter essa cautela porque não só responsáveis por campanhas podem divulgar materiais falsos, como também eleitores.