Região
Núcleo da Floresta confirma morte da anta Vitor
Uma anta ferida foi resgatada e levada para tratamento veterinário, mas não resistiu e morreu, em Tapiraí, na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS). Durante os procedimentos médicos, a anta testou positivo para o vírus da raiva, conforme informou o Núcleo da Floresta, vinculado ao Núcleo de Pesquisa e Extensão de Fauna e Flora e ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras). O resgate do animal aconteceu quinta-feira passada (23).
Esse é o segundo registro de uma anta de vida livre com raiva. O primeiro caso ocorreu em março de 2023, quando outra anta macho, nomeada de Roberval, foi resgatada em São Miguel Arcanjo, também na RMS. Naquela ocasião, o animal foi diagnosticado com a doença após exames realizados durante sua reabilitação.
A confirmação dos exames divulgada pelo Cras visa alertar a população e profissionais de saúde sobre os riscos e cuidados necessários para prevenir a disseminação da raiva. Segundo o biólogo Rafael Mana do Núcleo da Floresta, “o exame de comprovação de raiva só é possível depois do óbito do animal”.
Segundo o Núcleo de Floresta, a detecção da raiva em antas é preocupante, pois esses animais, normalmente pacíficos e de hábitos solitários, podem se tornar vetores silenciosos da doença, especialmente em regiões próximas a áreas urbanas e rurais onde há contato com outros animais e seres humanos.
Doença da raiva
A raiva é uma doença viral que pode afetar mamíferos, incluindo seres humanos, e é geralmente transmitida pela saliva de animais infectados através de mordidas ou arranhões. A doença é caracterizada como uma encefalite progressiva e aguda com letalidade próxima a 100%, é causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, da família Rabhdoviridae. A raiva é uma doença viral grave que afeta o sistema nervoso central de mamíferos. A transmissão da raiva ocorre principalmente através da mordida de um animal infectado. O vírus da raiva é presente na saliva do animal infectado e pode ser transmitido quando essa saliva entra em contato com mucosas ou feridas abertas.
Além das mordidas, outras formas de transmissão menos comuns incluem arranhões, lambidas em mucosas ou em feridas abertas, e, em casos raros, a inalação de aerossóis em ambientes altamente contaminados, como cavernas com grandes populações de morcegos infectados.
Os principais transmissores da raiva variam conforme a região geográfica, mas geralmente incluem cães, morcegos, raposas, guaxinins e outros animais selvagens. A prevenção da raiva em humanos inclui a vacinação de animais domésticos, o controle de populações de animais selvagens e a administração de vacinas pós-exposição em pessoas que foram potencialmente expostas ao vírus.
(João Frizo - programa de estágio)